22 junho 2010

Um dia vais achar que sair à noite (na primeira noite de Verão) é só para ir despejar o lixo


Abri os braços e mostrei o meu sorriso mais bonito. Disse bom dia e quando me despedi, já era hora de dizer boa noite. Juntos, sentimos a temperatura no ar, o dia a chegar, a manhã e a tarde a passar. A noite a arrefecer. Juntos, conversámos sobre tudo e sobre nada. Rimos. Rimos muito. Saltámos de esplanada em esplanada. Passeámos à beira-rio, dissemos sim e dissemos não junto à margem. Juntos, comemos gelado no cimo daquele prédio, que fica mesmo à frente do Tejo. Um Tejo que era reflexo do quarto crescente que iluminava a noite. Juntos, o caminho na marginal, de Belém até ao Guincho, foi tão mais longo, como o percurso me pareceu o mais rápido de sempre. Os cabelos ao vento. Um frio que era quente. O ipod com músicas, que escolhidas não seriam tão certas. O som alto aos nossos ouvidos. Todas as letras na ponta da língua, cantádas por nós, juntos. A areia nos pés, a corrida à beira-mar e as ondas que, quando subiram até aos nossos joelhos, nos deram a provar a temperatura da água. Não nos importámos com mais nada. Desejámos. Deixámo-nos levar. Mergulhámos. Juntos.

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