29 setembro 2009

Não faz assim comigo, não

Não sei quando se fez luz. Não me lembro do momento da aparição nem de quando escrevi o meu nome pela primeira vez. Não me lembro da descoberta da caneta, do lápis e do papel. Não me lembro se era com seriedade que encarava o momento da gravação das conversas, para depois as transcrever pela minha própria mão e interpretá-las à minha maneira. Escutas não era, de certeza.
Mas, lembro-me de todos os dias em que mostrei a certeza daquilo que queria ser e do quanto essa certeza me dizia que ia tudo acontecer como eu queria.
Não me lembro do dia em que comecei a conseguir levantar-me à hora a que estava habituada a deitar-me. Mas, lembro-me do primeiro dia que pisei o primeiro degrau do primeiro edíficio. O primeiro dia que fui ao segundo edifício, ao terceiro e ao quarto. Lembro-me do dia que fez um ano que entrei pela primeira vez no quarto edifício e lembro-me de ter pensado como passou a correr. E o pensar que passou a correr foi acompanhado por uma sensação minha, única, de good vibe e de que tudo de bom estaria ainda para vir. A sensação boa do que estaria para vir, em comunhão com tudo de bom que já tinha acontecido.
Não me lembro do dia em que passei a ser responsável por este compromisso. Tudo porque nunca fui irresponsável com ele. Como em todos os outros. Não falhei em nenhum. Falhei em alguns. E se falhas foram essas, que venham mais falhas dessas.
Lembro-me sim do dia em que a hora chegou e eu pedi só mais uma. E outra. E mais outra. Até porque não me custava nada. E continua sem custar.
Lembro-me do dia em que o "é preciso isto e aquilo" passou a ser ouvido por mim como "preciso que faças isto e aquilo".
Tal como na escolinha, o levantar do dedo para tudo sempre foi imperativo, agora também continua a ser. Nunca para mostrar que sei mais, que sou melhor ou para me mostrar. Não! Nunca! Mas sim por uma questão de iniciativa e disponibilidade. Sim ao saber fazer e sim ao querer fazer.
A responsabilidade assumida com este compromisso cresceu e subiu patamares sem nunca ultrapassar barreiras. Afinal, foi e é uma vontade própria. O compromisso assumido com este compromisso ultrapassa já outro tipo de compromissos. É prioritário face a outros compromissos que também me poderão elevar o ego, fazer com que durma melhor e acorde mais feliz. Este meu compromisso faz-me abdicar de todo um mundo de coisas. Da minha família, das minhas minhas amigas, de idas à cidade que me viu crescer, que me formou com uma capa negra sobre as costas e que tanto tem chamado por mim. Faz-me abdicar de passeios à beira-mar e até de um pôr-do-sol numa falésia, de um salto de pára-quedas ou de umas aulas de surf ao fim-de-semana. A satisfação que este compromisso me dá, faz-me faz-me encará-lo com um sorriso nos lábios quando me deito para logo a seguir me levantar. Quanto tenho de acordar cedo num dia de férias para fazer o que está pendente.
A satisfação deste compromisso faz com que nunca me queixe e com que encare tudo e mais alguma coisa com vontade para ir ainda mais além. Porque, afinal, é com este compromisso que vivo todos os dias. Certo ou errado, é este compromisso o mais importante da minha vida neste momento. É este compromisso a única coisa que eu realmente tenho e foi a este compromisso que me agarrei nos meus piores dias. E mesmo nos dias bons, nunca tive vontade de o deixar cinco minutos mais cedo. A vontade dos cinco minutos mais tarde prevaleceu. Sempre.
Mas na hora da verdade ou consequência. A hora que teima e que chega sempre. Nessa hora, começo a perceber que a consequência prevalece sempre perante a verdade. Porque a verdade raramente é consequência. E a consequência tráz consigo um tom depreciativo. Que assusta quando ouvida. Que assusta muito quando lida. Mesmo em jeito de ameaça abstracta e duvidosa.

Comunicado

Cavaco, Cavaco.
E diz o Zé Povinho que não te dá cavaco.
Faria se desse.

Deixem-me Estar

A minha bolha é grande e transparente. É quente e confortável. Dentro da minha bolha cabe tudo, mas agora é de nada que eu quero que ela se preencha. Quero a minha bolha só com água, para eu beber ao longo do dia. Quero lá todos os livros que fui conseguindo ao longo deste 2009, que teima em não terminar. Quero tirar todos esses livros dos sacos onde estão guardados. Quero empilhá-los e, um por um, vou ler todos. Um por dia. Todos os dias. Quero sentir o toque macio ou áspero das suas folhas. Quero saborear a sensação dos meus dedos a apertar as suas folhas. Virá-las.
De porta aberta ou fechada, dentro ou fora, na minha bolha sou a mesma. Sou eu. O eu que sabe ocupar o seu lugar, o eu que não pretende ocupar lugar ocupados. Nunca fui assim. Não hei-de ser.
Na minha bolha, os sorrisos, as lágrimas, o clap, clap, clap das palmas, os braços levantados e os brindes são verdadeiros. São sérios e nunca uma tentativa de mostrar uma realidade paralela, falsa e abstracta. É tudo tão sério como a responsabilidade com que, na minha bolha, vivo o meu dia-a-dia e defendo o dois nomes escritos no cartão vermelho e dourado que trago na carteira.
Na minha bolha faço o que quero. Sempre fiz. Não há dedos que me apontem. Não tenho dedos para apontar.
Estou de férias. Estou de férias de mim. Estou de férias do meu eu, mas sem nunca me esquecer dele. Estou de férias do tu e do nós. Estou assim. Quero estar assim.
É na minha bolha que quero estar. Aqui sei que posso mandar e que posso parar o tempo. O meu tempo. É dentro da minha bolha que escrevo a minha história. O papel principal é meu, o primeiro parágrafo escrito será sempre sobre mim. E a fonte próxima serei sempre eu.

28 setembro 2009

Mais do Mesmo


História do Lobo Mau, da raposa e do sapo que, no fim, se transforma em príncipe.
Inevitável não estabelecer comparações. Comparar com a história da amiga, da amiga da amiga ou com a própria história.
História de balões e blá, blá, blá.
Sensação de déjà vu e de já ter visto o mesmo filme trinta mil vezes, com personagens e cenários diferentes.
Ainda assim, a história ideal para um domingo à noite de cinema. À meia-noite, com amigas. Depois de um dia inteiro a anhar no sofá. Para terminar em beleza um fim-de-semana cheio de agitação, música e ondulação.

23 setembro 2009

Todos os dias, ao pequeno-almoço. Pode ser?

Kanimambo, sou tua!




Queridas vizinhas, isto é só um dos motivos das vossas queixas, pelas gargalhadas que têm ouvido todos os dias, logo após a hora de jantar.

Outono

Trouxeste-me novas. Puseste a descoberto aquilo que estava encoberto. Provaste que, afinal, há coincidências, que posso dar atenção aos pressentimentos e que, tal como eu sempre soube, os sinais existem. E eu sinto-os. Sinto quando eles me procuram, quando, sem querer, esbarro com eles ou quando, simplesmente se faz clique. Sinto os meus. Sinto os dos outros.
Mostraste-me pessoas boas e pessoas más. Mais uma vez, puseste luz no meu caminho. Reforçaste o meu sentido de alerta.
Fizeste do evitável, inevitável. Fizeste o contrário. Transportaste o passado para o presente. Disseste que aquilo que foi no passado e que, sem teimar, já está no presente, poderá fazer parte do futuro. Mas, também disseste que para que isso aconteça, eu terei de deixar. Ainda não sei se quero deixar. Não sei se quero. Agora, neste momento não quero. Não quero no presente e não quero para o futuro. Mas sei que mais logo, por momentos, minutos ou talvez horas, poderei querer. E quando quero, sabe-me bem. Quando não quero, também sabe.
Mostraste-me coisas paralelas. Paralelas e longe daqui. Não as quero, mas se vierem, não vou deixar de as querer. Vou querer, sim! Vou querer muito.
Mostraste-me coisas encerradas. Fizeste-me sentir algo estranho, mas bom, por teres reforçado a minha certeza do fim. Foi bom. É óptimo.
Salientaste que tenho que aprofundar e aprender a lidar com a paciência. Disseste que tenho de saber e aprender a esperar. Falaste-me num tempo de espera. E foi no tempo que discordei contigo. Não quero tanto tempo.
Disseste-me que ele, o tempo, me vai trazer uma novidade. O conhecimento. Um conhecimento com brinde. E mesmo antes de conhecer, já tenho a certeza que servirá para ultrapassar mais uma fase, subir mais um degrau na escala da aprendizagem.
Trouxeste-me mais força. E mais vontade. Força e vontade de correr em cima da passadeira.
Trouxeste-me ansiedade. E vontade de atingir o cimo da montanha. Para lá de cima, do cume, ver aquilo que a paisagem me vai mostrar. E deste-me vontade de gritar lá bem do alto. E perceber até onde vai o meu eco. Onde ele deixar de se ouvir, será para onde irei. E quando atingir esse local, repetirei o mesmo exercício. E andarei sempre nesta busca incessante. Na procura do conhecimento. Porque eu não paro. Porque não consigo parar. Porque não quero parar.

15 setembro 2009

Em que estou a pensar?

Naquilo em que penso todos os dias quando acordo: logo deito-me cedo
Que não consigo deitar-me cedo
Que tenho sono
Que hoje estou com mau feitio, mas apetece-me rir
Que tenho frio
Que tenho nódoas negras nas pernas (???) e que por elas não posso vestir calções, vestidos e afins acima do joelhos
Que ontem tive de correr por causa de uma senhora (que assim, só por acaso, até fiz referência a ela alguns posts abaixo) e que, mais uma vez, por causa desta senhora, me aconteceu algo. Ou seja, vai uma gaja no alto dos seus saltos, vê-se obrigada a correr, e??? Torce o pé, pois claro!
Que para além das nódoas negras nas pernas, agora também tenho o tornozelo esquerdo inchado. Por causa da senhora.
Que ontem fui (ao primeiro??) a um jantar com o pé inchado
Que tou farta de gente invejosa
Que estou aqui numa indecisão entre ir ou ficar
Que para alem daquilo que penso quando acordo, também acordo a pensar que tou preocupada com a situação de uma amiga. E deito-me a pensar nisso também
Que marquei uma viagem para daqui a dois meses
Que é a quinta viagem este ano, mas poderá ter o sexto lugar na lista.
Que os deuses só podem estar loucos
Que o fim do Verão pôe toda a gente louca
Que gosto de bad boys
Que ainda vou conseguir levantar-me ao primeiro toque do despertador
Que ainda vou conseguir acordar uma hora mais cedo para ir ao ginásio logo de manhã, antes do trabalho
Que me apetece um concerto do Djavan
Que o universo me está a pôr à prova
Que vou votar em branco
Que me acontece cada coisa
No Patrick Swayze
Que quero uma consulta da Tia Maya
Que me apetece ler Os Mayas (pela terceira vez)
Que há gente muito mal educada

14 setembro 2009

Sentido


Hoje acordei tarde. O despertador devia ter tocado às 8. Devia e acredito que tenha tocado. Eu não ouvi. Estava no sono dos justos. Estava no melhor sono. Estava num sono que durou pouco mais do que três horas e meia, mas que quando assim é, me deixa fresca e fofa . Faz com que ao sair de casa, o momento de comunhão com a luz, com o sol e com o vento, me faça sentir bem e com energia para viver o meu dia com a alegria que eu preciso e mereço. Me faça ter força de vontade para tudo.
Estava no sono do orgulho. Do orgulho que sinto em mim. Depois do momento artístico, vivido entre quatro grandes paredes e partilhado com o calor dos holofotes.
Depois de ontem à noite ter sentido a chuva miudinha a cair sobre os meus ombros e a brisa soprar levemente no meu rosto. A aragem que tão depressa era fria como em segundos se tornava quente. A brisa que me aqueceu a alma enquanto eu ouvia o barulho das ondas a baterem nas pedras e sentia o odor da maresia.
Depois, um calafrio que nem chegou a ser calafrio. Esteve longe disso. Porque eu assim quis.. Eu determinei. Eu determino. Eu mando e mando porque me apetece mandar. Depois de sorrisos e gargalhadas. Depois de olhares nos olhos, debaixo da luz fraca do candeeiro da viela. Depois de ter sido agarrada e ter, acima de tudo, percebido que, afinal, estou completamente desprendida... hoje sinto tudo. Sinto-me bem. Sinto-me. Sinto-me em mim. Eu comigo e eu para mim. Sinto que os meus cinco sentidos estão alinhados. Como se de chakras se tratassem.

Quem fala assim...


"Uma loira com atitude chateia quem tem a mania que é macho e que manda"


Margarida Rebelo Pinto
ao 24Horas

13 setembro 2009

Daquelas Coisas III

Lá porque passamos grande parte do tempo a pensar em coisas que aconteceram, momentos que vivemos ou em pessoas que fazem parte do nosso passado, significa que no presente temos isso mal resolvido? Tem mesmo de ser assim?
E se essas pessoas que fizeram parte do nosso passado, teimarem em não sair do nosso presente? É porque estamos demasiado abertos a que isso aconteça ou, lá está, esta permanência se deve à pergunta anterior?
Que confusão!

Daquelas Coisas II

É incrível como coisas tão pequeninas podem ter um significado tão, mas tão grande.

Geração blá, blá, blá

Vivo na era do "tens que te sujeitar". Vivo na era do "é assim porque se não for assim, não vai ser, não pode ser nem é de outra maneira". Vivo na era do tudo e mais alguma coisa, mas é de nada que cada vez mais é feito o dia-a-dia da minha geração.
Vivo no mundo da falta de paciência, do egoísmo e do egocentrismo. Na minha geração, a aparência e a escolha do pé direito em detrimento do esquerdo, quando temos de dar o primeiro passo, parecem ter-se tornados valores a seguir.
Apesar de sempre me ter sentido e me sentir mais à frente e mais além, em assuntos que envolvam a tomada de decisões, no espírito de liderança, na minha independência, na maneira de estar e no modo como vejo e analiso o mundo à minha volta, nunca isto e mais não sei quantas outras coisas contribuiram para que não vivesse enquadrada na minha geração.
Contudo, no meio de tudo isto há uma coisa que me recuso a fazer: Eu não engulo sapos. E não o faço por birra, orgulho ou teimosia, mau feitio ou porque simplesmente tenho o nariz empinado e sou dona de mim. Não! Eu não engulo sapos porque acredito que a palavra dita no momento certo é a melhor. A atitude do momento e a maneira como lidamos com a discordância revelam muito de nós. Não é preciso entrar a abrir nem com a sensação de que sei tudo sobre o mundo e que se estiver no deserto com um grupo, a última coca-cola terá de ser para mim. Nada disso!
Simplesmente, se vivo no dia-a-dia do tudo ou nada. Se sempre me regi pelos extremos e nunca pelo meio termo, se tenho de me sujeitar ao é ou não é, não tenho de me calar a isto ou aquilo. Ainda que com isso possa sofrer todo o tipo de consequências. Se as sofrer, vou certamente aprender mais alguma coisa.
Aceito que a última palavra não seja a minha. Aceito. Tudo e só pela consciência de que a hierarquia, o respeito e a cedência fazem parte do meu vocabulário. E eu cedo. Eu cedo muito e não me importo minimamente de o fazer. E lá porque cedo não quer dizer que tenha engolido o sapo. Eu não engulo sapos no meu trabalho, com a minha família e muito menos nas relações. Até porque nunca o facto de engolir sapos tornou real a existência de príncipes.

Frase da Noite


Levada pelo espírito M80: "Quando tiver 60 anos, eu... eu... eu.. eu quero ser toda boa!"



Ok. E agora, levada pelo espírito da moleza de uma tarde de Domingo. Depois de uma noite que só me levou para casa porque a luz do dia começava a tornar-se forte, e eu não tinha comigo óculos de sol, é com toda a pujança e sem qualquer tipo de pudor que solto: "Quando tiver 60 anos eu vou estar toda boa!"


11 setembro 2009

Vem, viver a vida...

Hoje. É isto. Do príncipio ao fim. Sem tirar nem pôr

Pergunta do dia


Depois do 25 de Abril, aquilo que mais se quer saber: Onde estavas no 11 Setembro?

Sentada no café, com uma amiga e a mãe dela. O tema de conversa era a minha carta de condução, tirada há pouco mais de quinze dias. Chegou a tia da minha amiga e disse: "Já sabem o que aconteceu? Um avião foi contra as torres gémeas e outro, que por ali passava, para ver o que estava a acontecer, foi contra a outra torre".

Gargalhada geral.
Minutos depois, já com a televisão ligada: silêncio total.

Apesar de todo o pesar deste dia, tudo o que aconteceu é para mim insignificante quando me lembro que dois meses depois deste acontecimento, perdi a minha amiga que estava ali sentada ao meu lado.
O 11 Setembro foi um dos últimos momentos que vivi com ela. Naquele ano, que foi um dos melhores das nossas vidas. Com os meus 18 anos, os 18 que a vida não deixou que ela completasse... e a nossa viagem de finalistas.

O deus perdoa


Podia não ter comprado? Podia!
Mas depois, não seria a mesma coisa

O meu primeiro dia


Não me lembro quantas canetas tinha dentro do estojo. Não sei se tinha canetas de cor, lápis e borracha branca ou daquelas que são metade vermelhas, metade azul, que dão para apagar lápis e caneta. Não me lembro quantos cadernos tinha dentro da mochila. Tinha, de certeza, o livro de português, matemática e de meio-físico e social.
A minha mochila era cinzenta e cor-de-rosa. Tinha fechos amarelos. Era grande. Ainda hoje a tenho. Encontrei-a no outro dia, no meio de brinquedos que já não me lembrava que existiam.
No meu primeiro dia, o meu pai levou-me pela mão. Esperei numa fila cheia de meninos e meninas. Não me lembro se ali conhecia alguém. Lembro-me que estava envergonhada e ansiosa, mas ao mesmo tempo sentia-me crescida. Naquele dia e a partir daquele dia já não ia precisar do bibe às riscas que usava até então. Lembro-me agora de ter visto passar por ali a minha vizinha da frente. Era empregada ali.
Tenho plena noção dos meus olhos estarem colados à figura daquela senhora loura, com cabelo de abajour e baton rosa velho com brilho. Saia de fazenda abaixo do joelho e camisa de seda. No Inverno, casacões de fazenda das mais variadas cores. Era a dona Palmira, a minha professora.
Quando chamou pelo meu nome, entrei na sala. Vi a Joana. Era a minha amiga da creche. A primeira cara conhecida naquele mundo novo. Sentei-me ao lado dela. Do meu lugar pude ver que, afinal, aquela sala estava preenchida com caras de meninos e meninas que eu já conhecia.
Foi o início da caminhada.

10 setembro 2009

O saber não ocupa lugar

Ele - Para quê querer saber mais do que aquilo que já se sabe?
Eu - Eu sou assim. Agora que já sei um pouco, quero saber tudo até ao fim.
Ele - E valerá a pena? Para quê, quando já sabes aquilo que precisas saber?
Eu - Vale sempre a pena! Nem que seja só para tu saberes que eu sei. Mesmo que não saibas o que é.

O meu é raro... mas é vermelho


"... a verdade é que Luciana Abreu, de 24 anos, tem sangue azul e provém de uma das mais importantes famílias nobres portuguesas, descendendo do 1º duque de Bragança, filho do rei D. João I"


E ainda bem! Assim, quando tiver o azar de me acontecer alguma coisa, é certo que haverá alguém compatível comigo.

Fonte: Correio da Manhã

09 setembro 2009

Coisas

Os anjos não têm costas,
por isso não te vi
Só mais tarde ao passar eu reparei em ti
Quando quis desviar os meus olhos dos teus
Já não era possível,
já não te disse adeus

E naquele momento, o abraço foi inevitável. A força não foi suficiente para controlar a vontade. Os braços de ambos esticaram-se. Os olhos olhavam nos olhos. O sorriso de ambos era o mesmo de outros tempos. Igual. A música fazia parte do momento, parecia ter sido tudo combinado. Propositado. A hora, a madrugada, foi a mesma de outrora. E os braços cruzaram-se. E a força do aperto foi sentida. O aperto denunciou a saudade. A mão dele subiu até à nuca dela. Passou-lhe os dedos pelo cabelo. Encostou a cara dele ao pescoço dela. E ela percebeu que ele só queria voltar a sentir o cheiro do cabelo dela. Ela sentiu um arrepio. O mesmo que já havia sentido antes. E assim ficaram. Abraçados. O tempo parou. Passou. A música continuou. Tal como ela. Ela soltou o abraço e do alto dos seus saltos altos, deu meia volta e continuou o seu caminho. Em silêncio.

Porque eu não tenho asas, porque eu não sei voar
Quando eu era pequenina, tu já eras velho. Eu cresci e tu continuaste sempre igual, de cabelo branco, rugas, pelo morena, alto e com barriga de pai natal. Para a minha mãe eras como um pai, da mesma forma que as tuas filhas são como irmãs. Todos nos preocupavamos com o teu bem-estar, com aquilo que comias, com o sol que podias apanhar quando estavamos todos na praia. Ainda me lembro daquela vez na Figueira, que a noite trouxe uma chuva torrencial e tu tinhas ido andar para o calçadão. Andámos, andámos até te encontrar.
Quando não tinhamos carta de condução, nas férias do Verão, eras tu que nos levavas onde queriamos ir. Era assim todos os dias, depois do jantar. Iamos no teu renault branco. Andavas tão devagar e nos não faziamos mais nada do que gozar com isso. Diziamos piadolas, riamos e mandavamos bitaipes para o ar quando algum carro nos ultrapassava. Tu não percebias, ou fingias que não percebias.
Não eras de muitas palavras. Ficavas sempre no teu canto, com os teus pensamentos. Tenho a certeza que estavas a pensar nela... E foi a ela que te juntaste. Quando ninguém contava com isso. Ontem.

Estou podendo ou não estou podendo?


Com o Porto a meus pés, percebi que afinal é muito mais fácil olhar-te de cima do que aquilo que eu pensava. Muito melhor, é a certeza de que o teu olhar virá sempre de baixo.
Tenho dito!

O meu norte


E no momento da partida, a vontade de voltar. Só mais uma vez.
É sempre assim!

05 setembro 2009

Até Já

04 setembro 2009

So Many Special People In The World

Ela tem coração!

Não tenho motivos para estar aqui a defendê-la. Afinal, por ela, ou devido a ela, já apanhei grandes secas, já vivi momentos de ansiedade e até uma previdência cautelar (não disse isto, ok). Por causa dela, já me ri, já arregalei os olhos e até já me pus em frente à televisão, especada e de boca aberta. Já a ouvi cantar e tapei os ouvidos, já "invejei" sapatos e botas dela. Já dancei com ela no Tamariz e já lhe "saquei" um brinde depois do beijo que ela deu ao marido e que fez as delícias da foto.
Ok, a senhora é resmungona, tem mau feitio e tenho a certeza que mais depressa ela deve gostar de alguém do que alguém gostar dela. Gosto do seu nariz impinado e do ar quero, posso e mando. Afinal, ela até quer, até pode e até manda. Ao jeito dela... e agora só e apenas na casa dela.
Parte a louça toda? Gosto disso!
Mas não gosto de momentos como aquele que acredito que ela possa estar a viver. É mau, é chato, é triste e tenho a certeza que é humilhante. Cair do pedestal acontece a todos e mais alguns. Mas o que também acontece, é que mesmo sem o pedestal, aqueles que são empurrados cá para baixo, conseguem sempre nunca sair lá de cima, do lugar dos generais. Como sempre, tenho a certeza de que a Generala é e será sempre assim.
(E nem é preciso foto para mostrar de quem estou a falar)

03 setembro 2009

Não seria mesmo a mesma coisa?

Eu podia viver sem trabalhar até às seis da manhã.
Eu podia passar na operação stop da Av. de Ceuta sem explicar tim tim por tim tim ao polícia o meu trabalho e o facto de não ter ingerido alcool toda a noite.
Eu podia não ter perdido o controlo do carro (que só por acaso era da empresa) numa curva.
Podia não ter sentido a traseira a fugir e a frente a ir direitinha ao separador de cimento.
Podia não estar a chover naquele momento.
Eu podia ter travado, em vez de pensar "não traves, deixa-te ir! Se bater, bateu!"
O carro podia ter batido.
Eu podia não ter mudado a estação do rádio e do outro lado podia não estar a passar a música que me fez ir ainda mais devagar.
Podia, naquele momento, não me ter lembrado que me disseste que tinhas chorado.
Eu podia viver sem chegar a casa às seis da manhã, meter a chave na fechadura e ela não rodar nem para a esquerda nem para a direita.
Eu podia não ter uma amiga, que não ouviu trezentas mil chamadas.
Eu podia ter tocado à campainha.
Eu podia não me estar a lixar pro facto da porta não abrir e da minha amiga não ouvir o telemóvel.
Eu podia ter almoçado e jantado e, assim, depois daquilo tudo, podia não ter ido comer um pão com chouriço, sozinha, à 24 de Julho.
Eu podia, depois de ter entrado em casa, não ter ninguém à minha espera e com paciência para ouvir "as coisas" da noite.
Eu podia não me rir aquela hora.
Podia não ter dormido uma hora e pouco.
Podia não ter sonhado contigo.
Podia ter acordado com mau feitio.
Podia ter cantado o la la la no banho.
Podia não ter despido o vestido que me ofereceste.
Podia conseguir vestir o vestido.
Eu podia estar aqui mal com a minha vida.
Eu podia não ter vivido tudo e mais alguma coisa que tenho vivido ultimamente.
Eu podia estar ainda pior.
Podia ser amarga, fria e insatisfeita.
Podia até ser doente.
Eu podia ter e ser tudo aquilo que me apetecia.
Eu podia satisfazer os meus caprichos sempre que quisesse.
Eu podia querer ir agora ao Polo Norte. E se quisesse ir, ia mesmo.
Podia não ter ido à Jamaica porque até tinha razões para não ir.
Eu podia não ter sido feliz na Jamaica.
Eu podia tudo isto e muito mais.
Eu podia ter tudo aquilo que eu quisesse.
Eu podia tudo e tudo e tudo.
Eu podia não sentir saudades.
Podia mesmo, mas nunca seria a mesma coisa!!!!

02 setembro 2009

O regresso... à normalidade?!

Foi rápido, mas é uma forma de me entregar aquilo que me devo mesmo entregar. Aquilo que também me preenche. Aquilo que sei que faço bem. Aquilo que adoro e que sempre quis para mim.
São 21h18 e ainda estou a trabalhar. E mais logo, continuarei a trabalhar... noite dentro, até me apetecer. Até querer. É isto que eu quero que me prenda. Isto eu não deixarei e isto não me deixará. Eu sei!
E amanhã, amanhã o sol entrará pela minha janela logo cedo. E será de sorriso nos lábios que voltarei a entrar aqui e me sentarei neste lugar, que me acompanha todos os dias. Amanhã, bem cedo! E depois de amanhã será igual. E no fim-de-semana também. Aqui, em cima de uma prancha de surf, na Praia Grande, e depois no Porto. Sim, no Porto! E o Porto será outra história para contar. A prova de que os sinais existem.
Chamem-me louca. Não quero saber.

Pode ser isto

Se quisermos... É isto!

AQUI

So this is goodbye

"Quando gostamos de alguém, sempre que essa pessoa parte, uma parte de nós parte também"

Se ter deixado partir essa parte é correcto, ou não, não sei!
Ter a culpa da partida? Sim, em parte. Quando há duas partes, acredito que ambas têm culpa da partida.
Da mesma forma que, na partida, também não sei qual das partes de mim partiu. Se a boa ou a má.
Se foi melhor assim? Também não sei!
Tinha de ser assim? Não, não tinha!
Fica a lição. Sempre!