31 dezembro 2009

Ok, depois disto, não tenho motivos para me queixar

Ao longo do ano 2009, sempre disse que pior do que tudo aquilo que me estava a acontecer, era ter uma doença grave. Sempre disse que pior do que tudo aquilo que estava a viver, era a minha mãe ou o meu pai me deixarem. Ao longo do ano inteiro, sempre que aparecia algo que me colocava lá mais em baixo, eu tentava encontrar naquilo duas ou três coisas positivas. Foi um bocadinho assim que tentei amenizar a situação.
Mas agora, depois de ter lido isto, senti um aperto tão grande e pensei: Comparado com isto, não tenho motivos para me queixar!

ADEUS, 2009!


ADEUS.
É com toda a convicção e com toda a certeza que te digo que nunca irei sentir saudades tuas. Por mais poucas que sejam. E é com tudo isto e muito mais que te digo OBRIGADA. Obrigada pela lição que me deste e por tudo aquilo que me ensinaste. Obrigada pelo sofrimento que me causaste e pelas alegrias que me fizeste sentir.
De ti, levo histórias para contar. Contigo senti coisas que até então não sabia que existiam. Uma delas estou a sentir agora. Sinto-me mais do que bem por me estar a despedir de ti. Até então, todas as despedidas me eram estranhas. Até hoje, nunca gostei de me despedir de nada nem de ninguém, mesmo naquelas situações em que sabia que estava a fechar uma porta, para abrir outra melhor.
Com toda a alegria te digo: ADEUS, 2009! Já vais tarde...

29 dezembro 2009

Sim, também houve coisas boas


- O carinho, a atenção, os ouvidos, a paciência, a mão, a disponibilidade e o estar sempre, sempre, sempre aqui para mim da Tia A, da Ritz, da Tatinha e da Any (obrigada, obrigada, obrigada)
- A amizade construida e a amizade reforçada
- A aproximação do Didi, para depois se afastar
- O Algarve e o companheirismo que ele me trouxe
- O amanhecer no Guincho
- O Chiringuito
- A família P
- A história moderna do Lobo Mau e da Carochinha
- Paixão
- Engelberg, Suiça, Açores, Madeira e Jamaica (ok, podia ter sido melhor). Coimbra e a Queima das Fitas. O Porto
- Trabalho, trabalho, trabalho
- Realização
- Mundo e Maizálem
- Cenas, coisinhas e luzinhas
- Noite, dia, horas, minutos e segundos
- Brindes coloridos com morangoskas e trago a gin misturado com água tónica e limão
- Sushi
- O espaço físico do Reino da Alegria, num 7º andar com vista para o mundo
- O jantar com a mana Cris
- O trabalho
- As provas superadas
- Confiança
- Estabilidade
- Facebook (pois claro)

28 dezembro 2009

Jingauhl bellesss


O mundo está a mudar. É mais do que oficial.
Veio o Natal. Passou a consoada. Está a despedir-se o Natal. E eu, eu, até ao dia de hoje não recebi um único par de meias. Não recebi aquelas cuecas que a tia velhota, que vive no lar há uma vida, tinha o hábito de me comprar. Não recebi o par de collants, grosso, grosso, grosso. E não recebi aquele pijama. Aquele de flanela grossa, com o ursinho ou a menina a dormir, e a legenda a dizer "sweet dreams", bem como a pantufa a condizer. Já não sou a mesma...
E não sou mesma deepois que, só ao fim de duas décadas e mais um bocado de existência, me apercebi que o Pai Natal esteve sempre em minha casa. Agora entendo porque é que nunca precisamos de chaminé nem de nos esconder antes de meia noite. Afinal, o P. N. da minha casa nunca esteve quase a chegar, nem por lá passou. O P. N. da minha casa esteve sempre lá. Gordinho e com barbas brancas. Vá, o branco tem vindo a intensificar-se ao longo dos anos.
O P. N. da minha casa, não se chama Pai Natal, mas chama-se pelas mesmas iniciais que dão nome ao Pai Natal. E este ano, o P. N. lá de casa esmerou-se tanto, tanto, ao ponto de me deixar "plasmificada" (obrigada, obrigada) contra a parede. E como se isso não fosse suficiente, a P. N. lá de casa deu uma ajudinha à festa, e... puff, sentou-me num belo trono lacado a branco (obrigada, obrigada), que faz as maravilhas de qualquer quarto de princesa. Tudo para juntar ao presente anual da assinatura em conjunto daquela que é a minha, nossa nova casa.
Este Natal, descobri (eu e as minhas (estranhas) descobertas tardias) também que as alegrias trazem companhia. Por isso, vai daqui um grande bem haja à entidade que me faz feliz a cada dia 30. Nem sabem o bem que fizerem. A mim e a vós! Afinal, os presentes oferecem-se só a quem merece.

22 dezembro 2009

Amizade


(latim vulgar amicitas, -atis)
s. f.
1. Afeição recíproca entre dois entes.

2.Boas relações.

Por ontem. Por hoje. Pelo passar dos dias. Pelas noites. Pelas horas curtas que se tornam longas e por aquelas que poderiam ser longas e se encurtaram. Pelas alegrias. Pelas lágrimas derramadas e por aquelas evitadas. Pelas luzes que não se apagam e pela janela virada para o mundo (que nunca se feche). Por Lisboa. Pela Serra... Pelo Porto. Por isto e por aquilo. Pelas saias curtas e pelos Louboutins. Por tudo. E porque "da minha vida sei eu".

18 dezembro 2009

Diz que é para adormecer mais rápido e dormir melhor



E diz muito bem :)

17 dezembro 2009

Fez-se luz naquelas cabeças


Finalmente, estes senhores fizeram uma coisinha de jeito. Vá, agora deixem casar as pessoas... e qualquer dia, façam outra coisinha de jeito e deixem as mesmas pessoas adoptar crianças.

Temos assunto até ao Natal... do ano que vem

Hoje, temos assunto comum.
Não dormi nada por causa do abanão. Estou cheia de sono, tenho ressaca de noite de pestana arregalada e nos ouvidos, o barulho de fundo provocado pela televisão, que fiz questão de não desligar, bem como a luz do candeeiro. Tenho o meu nariz a caminhar para o estado próximo do crítico, com a descarga de sinusite que me resolveu atacar. Serão efeitos secundários, que só sente quem mora sozinha num 7º andar?! E por falar em morar, em sozinha e em 7º andar. Esta noite, pela primeira vez, dei por mim a pensar mesmo a sério no facto de morar sozinha. Depois de há quinze dias me ter visto "cair numa cama", com aquela gripe, o susto de ontem veio avivar-me a memória. Valeram-me os telefonemas que me fizeram sentir o sabor da distãncia de 300 quilometros, bem como da distãncia que fica entre a minha casa e um quinto andar ali para os lados do Marquês. Valeu-me o Facebook e o MSN. Valeram-me os meus vizinhos, que me bateram à porta em catadupa com perguntas quase combinadas de "está bem?" e "precisa de alguma coisa?". Valeu-me a piada do "medricas" do primeiro andar se rir com a situação. Faltou-me a minha Jeff na hora em que quase as luzinhas se apagaram. De seguida veio o pensamento: "ai, que já não vamos lá longe no fim-de-semana"
Agora, acho que vou ali dizer tudo e mais alguma coisa às pessoas de quem gosto. Depois, acho que vou ali beber umas morangoskas. É que até às 11 da manhã já se sentiram umas 11 réplicas.
E foi o maior susto que apanhei, depois da explosão na Figueira da Foz, no S. João de há não sei quantos anos.

Shake it


Treme leve, levemente. Será quebra de tensão? Assombração?
Quebra de tensão não é, certamentamente.
Assombração assusta assim?

Olho para a janela do msn e leio assim: Sentiste? Isto tremeu tudo!
Fui ver, era Lisboa a tremer.
E agora não consigo dormir.

14 dezembro 2009

Quem não gosta?!


E depois vem a fase do tou podendo, ou não tou podendo?! Do desejo manifestado, da vontade revelada. Da saudade sentida. O mostrar que tou nem aí pra ti, mas o que mais quero é ter-te aqui. A vontade de esticar a corda, sentir o nó que está no meio. Provar que a minha força é suficiente para o soltar. A fase de querer tudo e não querer nada. A fase do ter e do poder. Do poder nas minhas mãos. Da certeza que a última palavra será a minha. O saber que a história será escrita consoante o número de vezes que eu disser sim e não. Saber que basta não dizer uma ou outra palavra para que tudo mude. Ter a certeza que se disser que parou, então tudo vai parar mesmo.
E depois também há aqueles momentos em que as armas caem e os pensamentos não fluem. O poder não tem poder e eu não quero saber. O momento em que sorris para mim e me fazes estremecer. O momento da tua mão a agarrar a minha. A força com que me puxas para ti... O teu braço à volta da minha cintura e o teu peito junto ao meu. Arrepia-me a melodia da tua cantiga e a forma como a cantas, baixinho, no meu ouvido. E dizes-me tudo aquilo que eu quero ouvir. Deixo-me levar. E sou feliz.

11 dezembro 2009

Oh god!


O que é que estes rapazinhos têm assim de tão especial?

10 dezembro 2009

Apetecem-me galochas

Mas, não me apetecem umas galochas quaisquer.
Apetecem-me estas galochas. Estas aqui em baixo.


A culpa nunca irá morrer solteira

"A culpa é tua. Foste tu que provocaste esse afastamento. Foste tu que te isolaste e te afastaste de toda a gente. Foste tu quem colocou tijolo em cima de tijolo na barreira que se ergueu à tua frente."
Ouvir isto da boca da minha mãe, durante o almoço, entre colheres de sopa metidas à boca por obrigação, bem, confesso que não foi fácil.
Face ao assunto em questão, mea culpa! Assumo que me afastei, mas na altura, nada seria melhor do que o afastamento. Sempre disse e continuo a dizer que se não me acompanham, então que não me atrasem. Por isso, e porque atrasada estava eu, afastei-me.
Mea culpa para o meu isolamento. E hoje digo: Foi tão bom. É tão bom. Quem não precisa de momentos de introspecção que atire a segunda pedra, pois a primeira certamente que já atirou.
Se guardo no meu castelo todas as pedras que me atiram, porquê não pegar em tijolos e, um por um, erguer, eu própria, a minha barreira?! Construida por mim, sei de cor a sua fragilidade e a sua rigidez. Da mesma forma que saberei melhor do que ninguém qual a melhor forma para a derrubar, quando esse dia chegar.
Ainda assim e apesar de tudo aquilo que assumo ser da minha inteira responsabilidade, tenho consciência de que na hora de apontar o dedo, os cinco de uma mão não serão erguidos na minha direcção. Porque naquilo a que se dá o nome de amizade, um dos meus lemas é nunca abandonar. Mesmo que não compreenda ou não aceite o momento, a situação, a decisão. Tudo e mais o resto.

06 dezembro 2009

Someone like us

Ele: Nós não nos conhecemos...
Ela: Isso torna tudo isto ainda mais estranho



... Ficaram a ouvir a chuva cair. E adormeceram. Nos braços um do outro.

05 dezembro 2009

É mais ou menos assim


Os homens voltam sempre! Infelizmente, ou não! Estando nós à espera ou escondidas no canto mais escondido à face da terra. Com ou sem teorias e práticas da Penélope Parker, fazendo por isso ou ficando nós quietinhas no nosso canto. Quando eles querem, eles sabem tão bem como nós qual a melhor forma de dar o ar da sua graça.
Eles têm tanto ou mais medo da solidão do que muitas de nós. Eles não sabem viver sozinhos. Não sabem como reagir nem como sobreviver aquela fase da luzinha apagada, quando não despertam interesse em ninguém e todas elas lhes reagem com um tou nem aí.
E na volta, é impossivel não sentirmos que temos tudo nas nossas mãos. Que agora podemos deliberar tudo à nossa maneira, deitar cartas ou mandá-las para o ar e ver quantas caem viradas para cima. É impossivel não pensar que se tal aconteceu, é porque houve um dia que a ida não deveria ter acontecido.
Neste jogo de ida e volta, a volta pode também ser necessária para fechar (finalmente) a porta que estava encostada. Para arrumar a gaveta que não fechava com tantos papeis atafulhados lá dentro. Para resolver a nossa burocracia interior... para realmente perceber se há ou não há volta. E quando não há volta, não significa que seja impossivel não começar tudo de novo. Como se do primeiro dia se tratasse. Nunca esquecendo o que a ida levou ou nos tirou, mas acreditando sempre naquilo que ficou.
Se não for assim, é parecido!

Não gosto de anúncios a perfumes masculinos. Não gosto nada. Mas é que não gosto mesmo nada

Mais ou menos assim, mas sem o cabelo


A senhora dra que me auscultou, me viu a garganta e me disse que "não tá muito inflamada", quando eu mal podia abrir a boca e engolir, e tinha o pescoço tão inchado que cheguei a pensar que tinha papeira.
A senhora dra que não devia ter ouvido as trinta mil vezes que lhe disse que me doia tanto os ouvidos, que parecia que tinha as tropas do exército, da marinha e da força aérea, todas juntas a marchar dentro da minha cabeça.
A senhora dra que fez ouvidos moucos às minhas queixas de dores no corpo, nos músculos e nas articulações, ao ponto de não me deixarem estar sentada e muito menos em pé.
A senhora dra que me receitou um medicamento e me disse "se quiser tome também este. Ou este". E frisou: "mas só se quiser. E se quiser, peça na farmácia. Depois tente arranjar uma receita".
A senhora dra que me disse: "Vá para casa, fique lá um ou dois dias de cama. Depois disso, fique em casa o tempo que quiser. Vá ao seu médico de família e peça-lhe baixa com o tempo que lhe apetecer".
A senhora dra é a cara chapada desta, mas sem aquele cabelo e com umas rastas no lugar. E até no feitio me pareceram primas.

04 dezembro 2009

Tenho uma história para contar

... seis horas no serviço de urgência de um hospital público do nosso país.
Vou só recuperar forças e tentar perceber que raio de gripe aqui anda.

01 dezembro 2009

Ai queres um dia diferente? Então toma um dia diferente!


Diz que é feriado e diz que ela se recusa a ir para centros comerciais, comércios tradicionais e afins. Dormir toda a manhã. Bom, não é?! Acordar cheia de febre, com dores de garganta, ouvidos e musculares. Elah, qué lá isto?! Como se não bastasse, há duas semanas, foi este o modo activo durante cinco dias. No fim-de-semana voltou a sentir o alerta, mas o tou nem aí prevaleceu. E hoje, vai de ir trabalhar porque isto não é nada. Agora, tou pra morrer...

No pare. Sigue. Sigue


A vocês, Pai Natal, Jesus nas palhinhas deitado sem um edredon que te cubra, senhoras nossas, santinhos, anjinhos, luzinhas, cenas, coisinhas, seres superiores e afins. Agora que o ano está a fazer as malas para partir e nunca mais cá voltar, estas palavras são todas vossas:

2009, grande ano, hein??!! Que mais uma gaja como eu pode pedir?! Ora bem, lembram-se de Janeiro? Também eu! E nunca me hei-de esquecer. Bem como dos meses que se seguiram e de tudo o que me aconteceu por lá. Coisas que não quero sequer escrever aqui. Não as escrevo com receio da memória se avivar, com coisas que possam já estar lá no cantinho mais profundo da secção das lembranças do meu cérebro.
Lembram-se de Maio? Eu também! E daquela manhã em que acordei com as pernas que mais pareciam troncos. E lembram-se do que aconteceu logo de seguida? Pois eu lembro-me. Lembro de me querer levantar e não me conseguir mexer, lembro-me da viagem para a farmácia, para a urgência e depois, da viagem de trezentos quilómetros para ser tratada pelo meu médico de família. Lembro-me daquela semana de sofá, porque me recusava a ficar na cama o dia inteiro. Lembro-me das noites passadas de olhos abertos, do medo do escuro, como se fosse uma criança de seis anos. Lembro-me do problema hormonal que me foi diagnosticado, desencadeado por um descontrolo do sistema nervoso. Ainda hoje por cá anda. Gostou de mim… Eu é que não gosto nada de num mês pesar 58 quilos e no outro a seguir já pesar 65. Isto não acontece a ninguém.

Adiante. Ainda me lembro do Junho e do divórcio que ele me trouxe, depois da separação em Janeiro.
Até Setembro foi um salto, não foi?! Pois foi! Foi um salto e um grande, grande trambolhão. Um trambolhão fruto de um empurrão de enganos, mentiras e ilusões. E mais enganos, mentiras e ilusões. Mas, quem bem cai, melhor se levanta! E eu levantei-me. Com ajuda, mas levantei-me. A ajuda veio em Setembro. Não tardou, não apareceu na hora certa, mas apareceu na melhor hora. Depois de tudo e tanta coisa, qualquer hora era a melhor hora.
O Outubro deve ainda estar nas vossas cabeças. Bem como na minha. O mês que inaugura aquela que eu considero a pior altura do ano, tornou-se este ano a melhor. Um ano que já está há muito colocado na prateleira dos piores anos, senão o pior da minha vida até ao dia de hoje.
Ainda assim, nem tudo foi mau. 2009 deu-me reconhecimento pessoal e profissional. Tirou-me tanta auto-estima como deu. Fez-me sentir a pior e a melhor pessoa. A mais mal amada e a mais desejada. Levou-me os maus, deixou-me os bons. Devolveu-me aqueles que, se calhar, nunca de ao pé de mim deviam ter saído. Abriu o meu paladar ao sabor de gin´s e morangoskas. Deu-me a senha para passar a fronteira. Deixou-me escrever no gps “maizálem”. E mostrou-me como o caminho até lá é tão mais fácil do que eu julgava…
2009 trouxe-me tanto de tristeza como de alegria. Cegou-me ao mesmo tempo que me abriu os olhos. 2009 deu-me viagens, deu-me férias e muito trabalho. Deu-me a minha casa. E melhor casa não me podia ter dado… 2009 foi o ano do azar. O 27 passou a ser um número de sorte. Bem como o 9, quando conjugado com um 7 à direita. O azar que obrigou-me a procurar a sorte e fez-me perceber que a piada está nessa procura.

É por isso que aqui continuo, hoje, dia 1 de Dezembro, no início do fim deste ano. Estou aqui e por aqui contínuo. Sempre a sorrir para o espelho e a olhar para a minha vida com um sorriso rasgado. A viver o meu dia intensamente. A fazer acontecer. Sempre. Com ALEGRIA (de uma princesa), porque o futuro é já ali à frente.