"A culpa é tua. Foste tu que provocaste esse afastamento. Foste tu que te isolaste e te afastaste de toda a gente. Foste tu quem colocou tijolo em cima de tijolo na barreira que se ergueu à tua frente."
Ouvir isto da boca da minha mãe, durante o almoço, entre colheres de sopa metidas à boca por obrigação, bem, confesso que não foi fácil.
Face ao assunto em questão, mea culpa! Assumo que me afastei, mas na altura, nada seria melhor do que o afastamento. Sempre disse e continuo a dizer que se não me acompanham, então que não me atrasem. Por isso, e porque atrasada estava eu, afastei-me.
Mea culpa para o meu isolamento. E hoje digo: Foi tão bom. É tão bom. Quem não precisa de momentos de introspecção que atire a segunda pedra, pois a primeira certamente que já atirou.
Se guardo no meu castelo todas as pedras que me atiram, porquê não pegar em tijolos e, um por um, erguer, eu própria, a minha barreira?! Construida por mim, sei de cor a sua fragilidade e a sua rigidez. Da mesma forma que saberei melhor do que ninguém qual a melhor forma para a derrubar, quando esse dia chegar.
Ainda assim e apesar de tudo aquilo que assumo ser da minha inteira responsabilidade, tenho consciência de que na hora de apontar o dedo, os cinco de uma mão não serão erguidos na minha direcção. Porque naquilo a que se dá o nome de amizade, um dos meus lemas é nunca abandonar. Mesmo que não compreenda ou não aceite o momento, a situação, a decisão. Tudo e mais o resto.
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