Queridas pernas e as nádegas, onde estão? Não vos sinto aqui.
25 janeiro 2012
24 janeiro 2012
A quente
Caminho numa estrada cujas bermas parecem não ter fundo e onde vejo afundar-se a vida de alguns que caminham a meu lado. Vejo amigos a ficar sem trabalho, pessoas com quem divido o dia-a-dia verem uma vida, a sua vida, ser esquecida em minutos. Os minutos que demoram a comunicar que a partir daquele momento o tudo que poderiam ter sido até então, se resume a um nada dali para a frente. Na minha estrada cruzo-me com semblantes carregados, faces preocupas e, algumas, poucas, aliviadas. Nesta estrada, os sorrisos, as gargalhadas partilhadas e o companheirismo deram lugar ao sentimento de revolta, à fúria. Deram lugar ao nervoso miudinho, à falta de palavras. À falta de palavras, não por não se querer falar, mas porque não se saber o que dizer. Nesta estrada, ficam um pouco mais tranquilos aqueles que como eu ainda podem dizer aquele até amanhã, antes de desligar as luzes e bater a porta. Mas lá no fundo, nesta estrada, todos receamos que chegue o dia em que o até um dia dê lugar ao nosso dia de amanhã.
23 janeiro 2012
A vida é maravilhosa e lá fora o sol brilha. Ou talvez não...
Quando uma desgraça não vem só:
O meu patrão paga à semanada e consegue o milagre de tornar essa semanada invisível aos olhos de todos.
A minha mãe está de cama.
O meu pai acabou de ir de urgência para o hospital.
O meu namorado teve uma espécie de acidente de carro na sexta-feira à noite.
Percebes que a tua vida mudou...
Quando levantas os rabo da cama num domingo bem cedo e às 9h30 já estás a caminhar junto ao Tejo.
Quando chegas à noitinha e somas 16 quilómetros à caminhada.
Quando saltas da cama logo ao primeiro toque do despertador de segunda- feira, sem dores nas pernas, e vais fazer voluntariado para o teu local de trabalho.
Quando antes de sair de casa, olhas para os patins em linhas e amandas para o ar um até logo, amigos!
22 janeiro 2012
21 janeiro 2012
20 janeiro 2012
Janeiro
É esquisito. Janeiro é estranho. Não gosto de janeiro. As revoluções na minha vida aconteceram sempre nos dias que percorrem janeiro. As mudanças menos positivas na minha vida chamam-se sempre janeiro.
Estas coisas fazem-me pensar
Não há dia que não me questione acerca do futuro do filho pequenino dos meus vizinhos. Preocupa-me esta família. Não há dia que não aconteça uma discussão assustadora dentro daquela casa. É ouvir a mãe, que demonstra tamanha falta de paciência, falar mal e demasiado alto para a criança, um menino que só tem quatro anos; é ouvir todos os dias o marido berrar com a mulher, tratá-la mal, chamar-lhe os piores nomes e mais sei lá o quê que as paredes não deixam ver. Ainda hoje a deixou pendurada à porta de casa, demorou o tempo que quis para lhe abrir a porta e lá de dentro atirava com ironias, como se fosse um crime ir ao supermercado e não levar a chave de casa. E o miúdo a assistir a tudo. Quando finalmente a mulher entra em casa, o filho repete vezes sem conta "mãe, mãe, mãe... mãe", mas como resposta ao chamamento leva com um "Ai, G. Agora não, não me chateies...", em modo alto e bom som.
19 janeiro 2012
Resolução para o ano 2067 (porque temo que antes será coisa impossível)
Nos jantares de gajas, tudo aquilo que seja iphones, blackberrys, andróides, e o camandro que permita trocar watsapps, actualizar o Facebook, ver emails, fotografar a pizza de nutela e espeta-la de imediato no instagram, ler blogs, fazer check in no foursquare, e mais mil e tantas coisas que dão pra fazer outras mil e tantas coisas... Isto tudo fica em casa. (é nesta parte que tenho de dizer que só estou a escrever este post agora, porque fiquei sem bateria a meio do jantar?)
Ainda assim, continuarão a ser permitidas as idas a restaurantes onde se partilham mesas com desconhecidos. De certeza que em 2000 e não sei quantos ouvir conversas dos outros durante a refeição continuará a ser muito bom.
Ainda assim, continuarão a ser permitidas as idas a restaurantes onde se partilham mesas com desconhecidos. De certeza que em 2000 e não sei quantos ouvir conversas dos outros durante a refeição continuará a ser muito bom.
17 janeiro 2012
Não é que enjoei
Eu até gosto, eu como, eu vou, eu combino com as amigas e até faço a vontade ao homem. Por vezes, vou pelo meu próprio pé buscar para o jantar e fico deliciada no chão da sala, com aquele jantarinho e um bom vinho. Acontece que depois de tanto emborcar isto agora já não me sabe... já não me dá cenas como antigamente e prefiro comer tudo menos isto. E enquanto estava a escrever isto, recebo um email de uma colega com a convocatória para uma sushizada... e ontem combinei a próxima ida com a tia. Bonito.
Coisas da vida
Sabes que um dia muito importante na tua vida vai correr bem, quando, ao sair de casa logo pela fresquinha e ainda antes do sol rair, pisas uma poia daquelas valentes.
09 janeiro 2012
08 janeiro 2012
07 janeiro 2012
Motivos não faltam
Agora que os reis fecharam a porta das festas, podemos começar a contagem decrescente para o Carnaval?
03 janeiro 2012
02 janeiro 2012
2012
Que as coisas difíceis continuem a ser difíceis. Para que assim o valor das conquistas seja devidamente apreciado. Que as coisas boas da vida continuem a ser as coisas boas da vida, junto das boas pessoas, daquelas que se mantêm. Aquelas que dão valor ao dia-a-dia, ao minuto qualquer de qualquer dia e não aos dias estipulados pelo calendário. Que os dias quentes continuem quentes e os frios ainda mais frios. Porque o valor das coisas boas está e estará sempre no inesperado. Que cada momento de 2012 seja, assim, inesperado.
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