29 junho 2010

Daquelas coisas


Por estes dias, alguém me disse que eu sou chata. E, ouvirmos alguém dizer-nos que somos chatas, quando, na verdade, aquilo que estamos a fazer é tudo por tudo para agradar a outra parte e fazer com que essa parte se sinta bem acima de tudo, sabendo que se estamos a tirar o ar a alguém, é a nós próprios, é capaz de ser um grande corta tesão. E isto, ao mesmo tempo, acaba por nos fazer pensar e repensar acerca do momento e da situação. E, pensando bem, a conclusão a que chegamos é a de sempre: epah, não tenho precisão disto! Mas, depois, vem aquela parte em que, apesar de termos plena noção de que não temos precisão nenhuma, nenhuminha, também não nos conseguimos desprender da situação em causa. E isso, sim, isso é muito chato. Pronto, já disse!

De Espanha...

Nem bom vento, nem bom casamento. E ao que parece, agora, nem bons golos. Pelos menos para nós. Dúvidas?? Falem com o Queiroz! Peçam-lhe justificações, satisfações. Peçam-lhe tudo e mais alguma. Se for preciso, façam boicote à chegada da Selecção a Lisboa, na sexta-feira, e não ponham os pés no aeroporto. Ok, perdemos! Perdemos, pronto! Mas, mas.... epah, calaram-se as vuvuzelas!!!! Calaram-se as vuvuzelas aqui na rua. É que já não saguentavam!!!

Hoje... amanhã...

Ficam as lembranças na memória. Ficam os sorrisos e as gargalhadas soltas naquela redacção. Fica o orgulho. Fica o sentimento de que podia ter feito mais e mais. Fica a lição e a aprendizagem. Fica a página em branco, que depressa, como por e/ou sem magia, se enchia de caracteres. Ficam as ideias. Ficam as histórias. Ficas as horas e horas e horas. Ficam (comigo e eu com elas) as pessoas que passaram a fazer parte da minha vida. Ficam as gomas, que ia buscar ao terceiro andar, quando as horas já eram tardias e nos apetecia alguma coisa doce. As gomas e os salgados. Fica para sempre o título "sou feliz a assar frangos". Fica a frase "ficas. E não era preciso teres andado a fazer propaganda". Ficam os almoços na salinha do último andar e os lanches de gelados, comprados na rua, a meio da tarde, quando o calor começava a apertar. Fica o termo de identidade e residência. Fica tanta coisa, que tenho cá dentro, e que não consigo expressar. Fica a primeira vez que subi aquele elevador. E a última vez que o desci, lavada em lágrimas, num misto de sensações e sentimentos. Fica a segunda primeira vez que subi aquele elevador e fica a segunda última vez que o desci, com a esperança de o voltar a subir uma terceira vez. Ficam os jornais de outrora, religiosamente guardados. Fica tudo. Não fica nada. Fica a saudade.

25 junho 2010

Vou ali...



...Ser feliz

Eu ainda sou do tempo


Não sou antiga, mas, antigamente, nos meu tempo da escolinha, aprendiamos o Hino Nacional nas aulas. Lembro-me perfeitamente que foi no terceiro período da quarta classe, porque na festa de despedida, aos meninos que iam passar para o ciclo, cabia-lhes a tarefa de cantar A Portuguesa. Desde então, nunca me esqueci da letra. É por isso que me faz uma certa confusão, quando olho para a televisão e vejo o Cristiano Ronaldo (só) a mexer os lábios.

Obrigada, Friday´s Project!


Pela mensagem que me foi enviada hoje, pela manhã, mais propriamente meia hora depois das nove horas, e uma hora depois do meu despertador ter tocado. Obrigada Friday´s Project pela mensagem a anunciar "espectáculo de preços". Assim, tive um espectacular acordar... a tempo de chegar ao trabalho a horas. Sempre a mesma coisa, eu...

24 junho 2010

Força

A vocês, amigos e amigas, que ontem tiveram um acordar diferente: Estou com vocês no sentimento de angústia e de incerteza. Estou fechada na mesma sala, escura, onde vocês se devem estar a sentir fechados. Toda a força do mundo, quando, mais semana, menos semana, à frente de profissão terão de escrever a palavras proibida: desempregado/a

Sabe bem

Rever-me neste sorriso...

Os opostos atraem-se


Se antes acreditava que esta atração era efémera e que quando as diferenças fossem demasiado notórias, cada um seguiria o seu caminho, hoje, começo a acreditar que é das diferenças que podem nascer as relações perfeitas.

23 junho 2010

O título que não devia ter corpo de texto


Estou com uma dor muito forte cá dentro. Estou mal disposta. Estou com um peso no estômago. Estou cheia de receio. Temo um futuro, que nada tem a ver, directamente, com o meu futuro, mas que envolve a vida de pessoas que muito me dizem. Hoje, foram muitos os rostos que já passaram na minha memória. A cada hora, lembro-me de momentos e de acontecimentos, e revejo-me num passado, imagino como seria se, há dois anos atrás, por esta mesma altura, não tivesse tomado a decisão que tomei. Estou triste. Tenho medo. Quero fazer alguma coisa, mas não sei o quê. Quero fazer algo por algumas pessoas, mas não tenho como...

Futuro


Há dias que não deviam existir. Hoje é um deles. E agora?!

Valor das coisas


Eu e você, não é assim tão complicado, não é difícil perceber...

A idade não perdoa


E eu já não posso viver sem isto.

22 junho 2010

Um dia vais achar que sair à noite (na primeira noite de Verão) é só para ir despejar o lixo


Abri os braços e mostrei o meu sorriso mais bonito. Disse bom dia e quando me despedi, já era hora de dizer boa noite. Juntos, sentimos a temperatura no ar, o dia a chegar, a manhã e a tarde a passar. A noite a arrefecer. Juntos, conversámos sobre tudo e sobre nada. Rimos. Rimos muito. Saltámos de esplanada em esplanada. Passeámos à beira-rio, dissemos sim e dissemos não junto à margem. Juntos, comemos gelado no cimo daquele prédio, que fica mesmo à frente do Tejo. Um Tejo que era reflexo do quarto crescente que iluminava a noite. Juntos, o caminho na marginal, de Belém até ao Guincho, foi tão mais longo, como o percurso me pareceu o mais rápido de sempre. Os cabelos ao vento. Um frio que era quente. O ipod com músicas, que escolhidas não seriam tão certas. O som alto aos nossos ouvidos. Todas as letras na ponta da língua, cantádas por nós, juntos. A areia nos pés, a corrida à beira-mar e as ondas que, quando subiram até aos nossos joelhos, nos deram a provar a temperatura da água. Não nos importámos com mais nada. Desejámos. Deixámo-nos levar. Mergulhámos. Juntos.

21 junho 2010

Vale a pena pensar nisto?!


Esta semana, o senhor Miguel de Sousa e o seu Oráculo de Bellini, dizem-me que: "a sua relação amorosa poderá estar a entrar na rotina e tornar-se um pesado fardo que transporta consigo no quotidiano. Reflicta bem sobre todos os pontos que o levam a sentir esse desalento e, se caso o seu coração o ditar, termine a relação sem receio. O seu dinheiro poderá ser gasto, sobretudo naquilo que lhe dá real prazer, bem-estar e beleza."


A querida Maria Helena, diz que "seja confiante e optimista na sua relação amorosa. Não tem motivos para se sentir insegura. Cuide do seu visual". Quanto às massas, atenção, "pode enfrentar alguns contratempos a nível financeiro. Esteja preparado para não ser surpreendido." E conclui: "tenha espírito de iniciativa, porque sabe que é capaz!"


Tia Maya acha que "deve agir com muita cautela. Não fuja de compromissos ou de comportamentos habituais. Diga o que tem a dizer de forma muito directa. Caso não o consigo fazer, pode criar equívocos. Algumas decisões terão de envolver aspectos legais. Possibiçidade de novas responsabilidades profissionais podem levá-lo a grandes alterações na sua vida. É altura de agarrar o mundo. Na saúde tenha mais cuidado com a sua alimentação."

O mundo está a mudar


A princesa e o povo

Hoje

E por falar em pretextos, vou passar a tarde a contar até... sete!

Estou comovida


Ver os nossos jogadares cantar o hino é assim uma coisa fácil de sentir cenas. Principalmente quando vejo que uns vibram e cantam aos berros, não é, Eduardo?! Como, logo a seguir, vejo que outros apenas mexem os lábios, não é Cristiano Ronaldo?!

Olá, Senhor Verão!



Seja muito bem-vindo à minha vida.


19 junho 2010

Sensação


Hoje, não há branco mais branco

Transparência


oh xentih


Conheço uma ou duas, três, vá, pessoas que acho que mentem tanto, tanto, tanto, sobre tantas coisas que, agora, quando as vejo abrir a boca para respirar, penso que até isso é mentira.

Isto é amor


"Se eu tivesse morrido antes de te conhecer, Pilar, teria morrido muito mais velho. Aos 63 anos, a minha segunda vida começou. Não posso queixar-me. As coisas que você considera importantes não são tão importantes. Eu ganhei um Prémio Nobel. E daí?»


José Saramago

1922-2010

18 junho 2010

Essência


Tenho tanto de menina boazinha, como tenho de gaja que é uma grande cabra. E não me importo nada de ser assim. Pronto, é isto!

Chegou aquele momento


Aquela hora do dia, que eu faço aquele pedido especial: Alguém que me mande passear, se faz favor!

Programa para o fim-de-semana

Um casamento



Um funeral



E uma festa branca

Morreu José Saramago


Tinha 87 anos.

Sexta-feira


Hábitos. Rotina. Tradição. Mais do mesmo. Vício. Há trinta anos que, todas as sextas, o meu pai vai ao mesmo sítio, entre o meio-dia e a uma da tarde. Há trinta anos que, no mesmo sítio, se senta na mesma cadeira e fala com a mesma pessoa, que lhe apara a barba, da mesma maneira, a maneira como eu o vejo já lá vão 27. E, há não sei quantos anos que, se eu ligar ao meu pai a esta hora, no mesmo dia, ele me diz "olha, estou naquele sítio, onde tu vinhas comigo, quando eras pequenina, e fazias birra, porque querias a bola azul da Nívea, que estava pendurada no tecto." A bola nunca foi minha. Hoje, a bola continua lá, pendurada no mesmo tecto, no mesmo sítio, que diferente só tem a cor das paredes e a portas de alumínio.

Meio termo, onde estás?


Eu sou de extremos. Comigo, ou é ou não é. Só aceito sim ou não e nim é palavra que não consta no meu dicionário. Se como, como, se não tenho apetite, nem me lembro que eu preciso de comer para sobreviver. Quando choro, é choradeira total. Se estou mal disposta, estou mesmo mal disposta! Se estou bem, estou mesmo em altas. Por mais que, às vezes, seria bom conseguir viver com a balança equilibrada e eu até queira que isso aconteça, não consigo! Já tentei e não consigo. Não estou habituada nem nunca conheci outra realidade, que não esta. A minha normalidade é assim. O meu estado normal é este. E gosto de ser assim. É o meu fundo. É o meu eu. Apercebo-me destas coisas hoje, quando olho para mim no correr dos dias e noto que, há dias em que acordo às 6h30 da manhã e salto da cama, como no dia de ontem. Depois, tenho de me entreter com alguma coisa, até chegar a hora de ir trabalhar. Foi assim ontem. Ontem levantei-me com o nascer do sol, consegui arrumar o quarto ao pormenor, arranjar-me com calma e... ainda consegui ir à vizinha trocar a cor do verniz das minhas unhas. Hoje, saltei da cama quando o telemóvel tocou e noto que no visor estava o número do meu trabalho. Passava uma hora... da minha hora de entrada.

Adoro


Uma cama com lençóis brancos

Ca medo

Ela: O que é que ela tem a mais do que eu?
Ele: Tudo!
Isto de ligar a televisão e, sem antes de ter olhado para lá, já estar a ouvir coisas destas, dá-me cenas.

Um dia vais partir a loiça toda


Hoje foi o dia!
Pratos de sobremesa - 1
Princesa M - 0

Senhores da Vista Alegre, quantas vezes preciso de dizer Vista Alegre para vocês me ofertarem os pratos de sobremesa, marca Vista Alegre, em formato quadrado, de cor branca, que eu, sem querer, parti a tirar da máquina de lavar. É que eu tenho, quer dizer, eu tinha, este conjunto Vista Alegre completo. A contar com os pratos para o sushi e tudo, bem com as chávenas de café e as chávenas almoçadeira, ou lá como se diz. Também tenho as travessas e as molheiras. Tudo marca Vista Alegre. É uma colecção muito moderna e fica muito bem em minha casa. Já para não dizer que fazem tum tum tum com aqueles copos, cujo modelo não me lembro do nome, mas que têm aqueles piquinhos (e que a AREA imitou em plástico), by Atlantis. Também têm alguma coisa a ver com vocês, não tem, senhores da Vista Alegre?!

17 junho 2010

Frase do dia


"Se não apontarmos para as estrelas, nunca chegaremos às nuvens"


Daniela Ruah

Ai, pah!


Esta semana, a sexta-feira chega hoje. Mas, mesmo assim, amanhã é outra vez sexta-feira. Camadão de nervos... grrrrrr

Cansei de ser parva


Não me cansei de ser parva no sentido de ser mesmo parva. Fartei-me, foi, de saber que estou a ser parva e cometer a parvoíce de continuar a ser parva. Uma parva porvoíce, portanto.

Esquisitice?!


Nop. Exigência.

Equilíbrio

16 junho 2010

Não gosto


Que me toquem no umbigo. Faz-me impressão. Dá-me cenas más.

Sexo: Feminino


Se um génio saísse, agora, de dentro da lâmpada do candeeiro da minha sala e me concedesse três desejos, eu não hesitava em pedir-lhe para ser homem durante um fim-de-semana. Não sou feminista ao extremo, não acho que nós somos melhores do que eles, mas também nunca direi que eles estão mais acima. Vá, não posso ceder assim tanto... Ainda que tenha a certeza de que nós, mulheres, somos donas de outro tipo de capacidades. Ainda que tenha a certeza de que a nossa personalidade tenha aquele pó de per lim pim pim que a deles não tem. Embora saiba que é tão fácil levá-los na nossa corrente, se tivermos o nosso barco (bem) seguro. Mesmo considerando que temos aquela capacidade que eles não têm e que só quem é mulher consegue perceber isso, sinto uma enorme curiosidade em perceber algumas capacidades deles. Gostava de, por dois dias, estar dentro do corpo de um homem, pensar como um homem, agir como eles. Fazer chichi de pé. Saber se a sensação do orgasmo deles é assim tão diferente daquela que nós sentimos. Gostava de trabalhar como eles trabalham, ver futebol como só eles pensam que sabem ver. Já para não falar de beber aquelas imperiais com amigos, e a conversa entre eles, num final de tarde, depois do trabalho. Gostava de ir ao supermercado no papel de homem. E gostava de sentir como eles sentem os assuntos do coração e da razão... a tomada de decisões. Os quereres e as vontades. Saber como eles lidam com a perda, com a rejeição. Com o encontro e com a despedida. Que não seja um desejo (não) manifestado de algo que eu não compreenda acerca deles. De facto, não compreendo mesmo. E não compreendo, porque considero que há coisas que só sentimos e percebemos, quando experimentadas, vividas. Saber, afinal, quantas vezes eles pensam em sexo por dia. Pensar o que eles pensam quando estão no trânsito. As elações que tiram da experiência do dia-a-dia. De que forma sentem o medo. Gostava de, dentro do corpo de um homem, fazer uma análise ao jeito feminino. Saber qual a imagem que me viria à cabeça quando olhasse para uma mulher. Talvez rir-me com aquilo que pudesse pensar quando ouvisse uma mulher falar. Será que me iria surpreender? Talvez! Ficaria a saber quem, de facto, é mais complexo?! Ok. Agora vou ali pensar nos outros dois desejos... sapatos, malas, férias pra bem longe, outro lugar... cenas, bem ao jeito de gaja.

O meu país no seu melhor


"Antes não tinhamos condições. Agora que temozias já as nuzistão a tirá-las!"

Big Brother


É isto: Diz que, a partir de hoje, tenho uma sombra. Parece que não vou poder ir para onde me apetece, a meu belo prazer, o tempo que bem me apetecer. Diz que tenho de dar conhecimento das minhas andanças e das minhas idas para o mundo e maizálem. Logo eu, que não estou nada habituadinha a dar satisfações da minha vidinha! E diz que temos um novo caso (de justiça), o "Pontapé falhado". Só me falta mesmo um carimbo, com inscrições a preto, a dizer: "cuidado, que ela pode ser priigooosaaaa". Oh, gente, mas que (grande) falta de glamour...

Paulito, tu é que tens razão


Alguém te disse para incentivares a malta a deitar tudo cá para fora. E tão bem mandado que tu és. E eu também sou! Por isso, vou ter de dizer: Eu não ligo nenhuma ao Mundial!! Tufas, já está! Quero lá saber se o Ronaldo fala de ketchup, maionese, mostarda ou de molho agridoce. Para mim, molhos, só o de soja no meu sushi. O Mundial ainda não tinha começado e já me dava cenas más. Culpa das vuvuzelas e do puto meu vizinho, um parvalhão, que vai todas as manhãs para a janela soprar naquela porcaria. Liguei tanto ao primeiro jogo da nossa selecção, que... bom, vamos saltar esta parte.
Verdade, verdadinha, é isto: eu só gosto destas coisas, porque são apenas e só mais um pretexto para juntar a malta, beber minis e comer caracóis. No final, se os meninos se portarem bem, ok. Vá, contem comigo para festejar. Só não me peçam para sair por aí, em caravana, a apitar. É que ontem descobri que a buzina da minha limo faleceu. Se não ganharmos, olha, amigos na mesma. E não tarda começa outro campeonato. Querido, Sporting... este ano é que é!

Hoje


Descobri (ou talvez tenha percebido) aquilo de que realmente sinto falta.

As minhas amigas são assim

Oferecem-me cada coisa. Hoje de manhã, quando cheguei ao trabalho, tinha um presente em cima da minha mesa. Um presente embrulhado num papel alusivo a festas temáticas, daquelas com direito a boa vestimenta, todos e mais alguns convidados, ou então poucos e só os mais chegados. Um papel de embrulho, com uma senhora sorridente, a dizer qualquer coisa como "o casamento faz sentido". Eu, pronto, assustei-me logo. Desembrulhei e deparei com isto:


Ao que, assim, sem precisar de pensar muito, eu respondi: "Não, não vai ligar! Não lhe dei o meu número, nem tão pouco lhe disse o meu nome!"

15 junho 2010

Aquilo que o vento não leva


Da noite passada a conviver com o Senhor António, ficou a dor de pernas, provocada pelos quilómetros que a cidade me fez percorrer. Quilómetros de alegria, de brindes e de gargalhadas. Quilómetros que fizeram desaparecer a saudade de momentos de outrora, com uma amiga, há dez anos atrás. Quilómetros partilhados com outra amiga, que me acompanha nesta andança há quatro anos. A conversa com o Senhor António, fez soltar palavras ao jeito de "desejo de consumo", regadas com sangria que hoje digo, com certeza, que era daquela de pacote. Mas pouco importou. O Senhor António fez-me ouvir uma voz estranha, ao meu lado, dizer-me: "Tás a tirar fotografias comigo, mas não me aceitas no facebook!" Fez-me conhecer um "noivo" espanhol e no minuto seguinte fugir dele. E fez-me bailar, com aquele que, segundo os gestos, sorrisos e olhares de quem me acompanhou na folia, poderia muito bem ser "o pai da criança". Da noite passada a conviver com o Senhor António, ficou a conversa prometida com ele. Cara a cara. Sem vento e sem chuva a atrapalhar. Com um luar que não se via, a conversa foi iluminada pela luz de uma vela branca, fina, que ficou bem colada, naquele chão de paparelos. E não foi amor que lhe pedi... Ficou o cheiro a manjerico, que ainda está nas minhas mãos. E nos meus ouvidos, continua uma voz a cantar... "o senhor antónio está no aaarrr...."

Bica abaixo, Bica acima, a noite fez-se dia. E como é linda a Lisboa a amanhecer. À tarde, a tarde foi de sol. O vento não leva o som que fez nos meus ouvidos, quando me deixei passear junto ao rio. O mesmo rio que testemunhou conversas. Daquelas conversas que nos fazem revelar sentimentos que, se calhar, nem eu percebia que sentia.

O vento não leva aquilo que, todos os anos, me acontece por altura dos meu aniversário. As surpresas. E... Viva as surpresas! Viva as surpresas boas e as surpresas más, e aquilo que esta antítese me faz/fez perceber: O valor das pessoas. Nós e os outros. Um valor que é tanto e tão grande, como, de repente, nos faz perceber que, afinal, somos pequenos aos olhos de quem achávamos ser grandes e somos bem maiores aos olhos de quem pensávamos que ter menos de metade da nossa altura. No meio disto, é difícil não esconder ou encobrir o sentimento que fica, a mágoa e a dor no estômago, por uma descoberta inesperada. O sentirmos que, afinal, não somos vistos da mesma forma com que olhamos quem está à nossa frente e com quem fazemos questão de estar próximos, nos momentos bons e maus. E estas coisas magoam. Magoa perceber que, afinal, há dias que parecem ser só especiais aos nossos olhos e assinalados de forma empírica por aqueles que nos são próximos. E questionamos que, se calhar, poderemos não ser assim tão importantes...

Fechou-se um ciclo em mim. Abriu-se outros, de imediato. E nesta nova caminhada, mais uma vez, aquilo que o vento nunca leva, são as memórias guardadas em mim.

Foi ontem


E foi muito bom!

12 junho 2010

Oh meu rico Senhor António


Logo à noite vamos conversar. Faça chuva ou luar. Vento frio ou quente. Vamos conversar, tou avisar! Frente a frente. Cara a cara. Tu e eu.

La la la

Oh sim, sim....


Sim, eu já tenho idade para ter juizo, eu sei! Acontece que não me apetece, tá?!

Caro Sr. A.C.Silva

Espero que se encontre bem e de boa saúde, bem como a sua esposa, ssoa de quem eu tanto gosto, admiro e é música para os meus ouvidos ouvi-la falar. A sério que gosto mesmo de sra. dona Mariazinha. Espero que o dia de hoje tenha sido bom para ambos. E digo isto, porque sei por onde andaram e onde almoçaram. Portugal é assim, um T0. Um T0 daqueles que, quando o sol desperta e aperta, não incha, mas, sim, comprime. Então, olhe, vamos todos para os mesmos sítios, que é como quem diz, recambiados lá para baixo, para as nossas terras tropicais. E por falar em terras tropicais, Sr. A. C. Silva, ando há dois ou três dias para falar consigo acerca de um assunto que mete terras tropicais ao barulho. Sabe, este ano já fui duas vezes à Madeira. Uma delas paguei eu, outra pagou quem para lá me chamou. Para breve, avizinha-se mais uma viagem, logo, mais ponchas, bolos do caco, lapas, passeios, arraiais e afins. Portanto, se formos a ver bem, só eu, já contribuiu três vezes para o (re)crescimento da sua, minha, e ilha de todos nós. Há 15 dias, Sr. A. C. Silva, passei três dias ali em baixo, para os lados da Costa Alentejana. E olhe que foi muito bom. De quando em vez, e olhe que são algumas vezes, desloco-me ao norte. Seja em passeio ou em trabalho, acredite que ando muito por aquelas terras e por aquelas serras. Em breve, se me quiser encontrar, estarei ali para os lados de Ovar, na tradição da visita anual a casa dos tios, que inclui passagem pela feira da terra e uma ida para as bancas de Matosinhos... e como eu gosto disso, Sr. A. C. Silva. Mas sabe, não me fico por aqui. Tenho fama de reinadia e olhe que gosto. E gosto mesmo. Sabe, Sr. A. C. Silva, diz que a minha vida é só viagens, coisas giras e fáceis, festas e noitadas. Como deve calcular, eu sou aquele tipo de pessoa que gosta de fazer proveito da fama. Por isso, adivinhe lá onde, a partir agora de Junho, acontecem as melhores (giras e fáceis) festas e noitadas do país?! Isso mesmo, acertou! Pois que acontecem nas nossa terras tropicais. E é para lá que eu vou, fazer jus à minha vida divertida, gira e fácil. Que é como quem diz: dormir (muito) pouco, andar muito a pé, em terra seca e molhada, e fazer piscinas dentro de um carro, que ao fim do dia, se traduzem em quilómetros e várias passagens pelo mesmo sítio. Desta vida gira, fácil e divertida, também fazem parte os nervos, as arrelias e as puxadelas de orelhas, os sentimentos de frustação, de perda, e, felizmente, também a sensação do dever cumprido. No final, Sr. A.C.Silva, até chegamos facilmente à conclusão de que tudo é mais fácil, giro e engraçado. Mas para percebermos isto (apesar de ser já um circulo que se repete há anos), temos obrigatoriamente de sentir na pele a parte menos boa. De facto, as noitadas, as festas, as poucas horas de sono e os quilómetros percorridos até valem a pena. Sim, valem muito. Ou seja: um bronze invejável, quilos a menos e pernas e rabo mais duros. Tudo sem recorrer três vezes por semana a um qualquer ginásio da moda. Ah, já para não dizer, que tudo isto fica perfeito, quando completado com lugares únicos que só nós temos o privilégio de conhecer, passeios em alto mar e pôr-do-sol acompanhados pelas melhores caipirinhas que alguma vez foram feitas nas nossas terras tropicais. Tudo acaba, quando tudo começa. Sim, porque neste sítio, se temos direitos aos melhores locais para acabar o dia, também o começamos da forma que poucos começam. Se por vezes nos deitamos às sete ou oito da manhã, tão depressa no dia seguinte chegamos à praia antes dos banheiros e, por vezes, primeiro do que as gaivotas. Depois disto, passou um mês, a malta já não pode ver peixe fresco, voz marafada, anasalada e "abifada". Muito menos pessoas-cor-de-lagosta e ssoas que falam na terceira pessoa, com uso recorrente de diminutivos. E como no final do mês ainda nos calha qualquer coisa na conta bancária, de nome ordenado, caro Sr. A.C.Silva, a malta quer é pirar-se daqui, pelo menos durante sete dias e oito noite. Na melhor das hipoteses, dez, va. A malta que ir ouvir outra língua com sotaque "a outra língua", passar oito, dez, 12 horas dentro de um avião, apanhar outro e outro, se tiver de ser, e ser vítima do jet lag. É que afinal de contas, ou melhor, no final das contas, fica tudo mais barato e nós mais felizes, já que alargámos horizontes, privámos com outra cultura, compramos recuerdos para todos e mais alguns e ainda conseguimos trazer uns trocos no bolso, que, quando de volta a casa, guardamos religiosamente naquela "caixinha dos segredos", que não é de todo secreta, só porque daqui a uns anos vamos gostar de ver a moeda de um qualquer país onde já fomos felizes... ainda que por apenas uma semana. Ou melhor, por que não a vida toda? Afinal, as recordações são aquilo que é mais fácil de guardar! Um optimo fim-de-semana para si, Sr. A.C.Silva e cumprimentos à esposa, sim.

11 junho 2010

Minuto Zen


Como sempre, todas as sextas, por volta das 16h30, mais coisa menos coisa.

Só para que fique registado


"Não desistas já de mim", disseste tu, ao meu ouvido, ainda que separados por duas margens e uma rede de telemóvel diferente. Ao mesmo tempo, a campainha de minha casa tocou...

A minha vida







De russa, não tem nada. Os altos, os baixos e a montanha, bem, vou escolher qual destas se adapta mais.