12 junho 2010

Caro Sr. A.C.Silva

Espero que se encontre bem e de boa saúde, bem como a sua esposa, ssoa de quem eu tanto gosto, admiro e é música para os meus ouvidos ouvi-la falar. A sério que gosto mesmo de sra. dona Mariazinha. Espero que o dia de hoje tenha sido bom para ambos. E digo isto, porque sei por onde andaram e onde almoçaram. Portugal é assim, um T0. Um T0 daqueles que, quando o sol desperta e aperta, não incha, mas, sim, comprime. Então, olhe, vamos todos para os mesmos sítios, que é como quem diz, recambiados lá para baixo, para as nossas terras tropicais. E por falar em terras tropicais, Sr. A. C. Silva, ando há dois ou três dias para falar consigo acerca de um assunto que mete terras tropicais ao barulho. Sabe, este ano já fui duas vezes à Madeira. Uma delas paguei eu, outra pagou quem para lá me chamou. Para breve, avizinha-se mais uma viagem, logo, mais ponchas, bolos do caco, lapas, passeios, arraiais e afins. Portanto, se formos a ver bem, só eu, já contribuiu três vezes para o (re)crescimento da sua, minha, e ilha de todos nós. Há 15 dias, Sr. A. C. Silva, passei três dias ali em baixo, para os lados da Costa Alentejana. E olhe que foi muito bom. De quando em vez, e olhe que são algumas vezes, desloco-me ao norte. Seja em passeio ou em trabalho, acredite que ando muito por aquelas terras e por aquelas serras. Em breve, se me quiser encontrar, estarei ali para os lados de Ovar, na tradição da visita anual a casa dos tios, que inclui passagem pela feira da terra e uma ida para as bancas de Matosinhos... e como eu gosto disso, Sr. A. C. Silva. Mas sabe, não me fico por aqui. Tenho fama de reinadia e olhe que gosto. E gosto mesmo. Sabe, Sr. A. C. Silva, diz que a minha vida é só viagens, coisas giras e fáceis, festas e noitadas. Como deve calcular, eu sou aquele tipo de pessoa que gosta de fazer proveito da fama. Por isso, adivinhe lá onde, a partir agora de Junho, acontecem as melhores (giras e fáceis) festas e noitadas do país?! Isso mesmo, acertou! Pois que acontecem nas nossa terras tropicais. E é para lá que eu vou, fazer jus à minha vida divertida, gira e fácil. Que é como quem diz: dormir (muito) pouco, andar muito a pé, em terra seca e molhada, e fazer piscinas dentro de um carro, que ao fim do dia, se traduzem em quilómetros e várias passagens pelo mesmo sítio. Desta vida gira, fácil e divertida, também fazem parte os nervos, as arrelias e as puxadelas de orelhas, os sentimentos de frustação, de perda, e, felizmente, também a sensação do dever cumprido. No final, Sr. A.C.Silva, até chegamos facilmente à conclusão de que tudo é mais fácil, giro e engraçado. Mas para percebermos isto (apesar de ser já um circulo que se repete há anos), temos obrigatoriamente de sentir na pele a parte menos boa. De facto, as noitadas, as festas, as poucas horas de sono e os quilómetros percorridos até valem a pena. Sim, valem muito. Ou seja: um bronze invejável, quilos a menos e pernas e rabo mais duros. Tudo sem recorrer três vezes por semana a um qualquer ginásio da moda. Ah, já para não dizer, que tudo isto fica perfeito, quando completado com lugares únicos que só nós temos o privilégio de conhecer, passeios em alto mar e pôr-do-sol acompanhados pelas melhores caipirinhas que alguma vez foram feitas nas nossas terras tropicais. Tudo acaba, quando tudo começa. Sim, porque neste sítio, se temos direitos aos melhores locais para acabar o dia, também o começamos da forma que poucos começam. Se por vezes nos deitamos às sete ou oito da manhã, tão depressa no dia seguinte chegamos à praia antes dos banheiros e, por vezes, primeiro do que as gaivotas. Depois disto, passou um mês, a malta já não pode ver peixe fresco, voz marafada, anasalada e "abifada". Muito menos pessoas-cor-de-lagosta e ssoas que falam na terceira pessoa, com uso recorrente de diminutivos. E como no final do mês ainda nos calha qualquer coisa na conta bancária, de nome ordenado, caro Sr. A.C.Silva, a malta quer é pirar-se daqui, pelo menos durante sete dias e oito noite. Na melhor das hipoteses, dez, va. A malta que ir ouvir outra língua com sotaque "a outra língua", passar oito, dez, 12 horas dentro de um avião, apanhar outro e outro, se tiver de ser, e ser vítima do jet lag. É que afinal de contas, ou melhor, no final das contas, fica tudo mais barato e nós mais felizes, já que alargámos horizontes, privámos com outra cultura, compramos recuerdos para todos e mais alguns e ainda conseguimos trazer uns trocos no bolso, que, quando de volta a casa, guardamos religiosamente naquela "caixinha dos segredos", que não é de todo secreta, só porque daqui a uns anos vamos gostar de ver a moeda de um qualquer país onde já fomos felizes... ainda que por apenas uma semana. Ou melhor, por que não a vida toda? Afinal, as recordações são aquilo que é mais fácil de guardar! Um optimo fim-de-semana para si, Sr. A.C.Silva e cumprimentos à esposa, sim.

2 comentários:

Suspiro do Norte disse...

bancas de Matosinhos... ????

Princesa M disse...

Ai perdão! correcção: bancas de Espinho. A bela da feira. Não sei por que raio me fui lembrar de Matosinhos