Vivo na era do "tens que te sujeitar". Vivo na era do "é assim porque se não for assim, não vai ser, não pode ser nem é de outra maneira". Vivo na era do tudo e mais alguma coisa, mas é de nada que cada vez mais é feito o dia-a-dia da minha geração.
Vivo no mundo da falta de paciência, do egoísmo e do egocentrismo. Na minha geração, a aparência e a escolha do pé direito em detrimento do esquerdo, quando temos de dar o primeiro passo, parecem ter-se tornados valores a seguir.
Apesar de sempre me ter sentido e me sentir mais à frente e mais além, em assuntos que envolvam a tomada de decisões, no espírito de liderança, na minha independência, na maneira de estar e no modo como vejo e analiso o mundo à minha volta, nunca isto e mais não sei quantas outras coisas contribuiram para que não vivesse enquadrada na minha geração.
Contudo, no meio de tudo isto há uma coisa que me recuso a fazer: Eu não engulo sapos. E não o faço por birra, orgulho ou teimosia, mau feitio ou porque simplesmente tenho o nariz empinado e sou dona de mim. Não! Eu não engulo sapos porque acredito que a palavra dita no momento certo é a melhor. A atitude do momento e a maneira como lidamos com a discordância revelam muito de nós. Não é preciso entrar a abrir nem com a sensação de que sei tudo sobre o mundo e que se estiver no deserto com um grupo, a última coca-cola terá de ser para mim. Nada disso!
Simplesmente, se vivo no dia-a-dia do tudo ou nada. Se sempre me regi pelos extremos e nunca pelo meio termo, se tenho de me sujeitar ao é ou não é, não tenho de me calar a isto ou aquilo. Ainda que com isso possa sofrer todo o tipo de consequências. Se as sofrer, vou certamente aprender mais alguma coisa.
Aceito que a última palavra não seja a minha. Aceito. Tudo e só pela consciência de que a hierarquia, o respeito e a cedência fazem parte do meu vocabulário. E eu cedo. Eu cedo muito e não me importo minimamente de o fazer. E lá porque cedo não quer dizer que tenha engolido o sapo. Eu não engulo sapos no meu trabalho, com a minha família e muito menos nas relações. Até porque nunca o facto de engolir sapos tornou real a existência de príncipes.
1 comentário:
A última frase diz tudo: Nunca o engolir de um sapo o fez transformar-se em Príncipe Encantado. Antes pelo contrário... só dá grandes indigestões.
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