13 setembro 2009

Geração blá, blá, blá

Vivo na era do "tens que te sujeitar". Vivo na era do "é assim porque se não for assim, não vai ser, não pode ser nem é de outra maneira". Vivo na era do tudo e mais alguma coisa, mas é de nada que cada vez mais é feito o dia-a-dia da minha geração.
Vivo no mundo da falta de paciência, do egoísmo e do egocentrismo. Na minha geração, a aparência e a escolha do pé direito em detrimento do esquerdo, quando temos de dar o primeiro passo, parecem ter-se tornados valores a seguir.
Apesar de sempre me ter sentido e me sentir mais à frente e mais além, em assuntos que envolvam a tomada de decisões, no espírito de liderança, na minha independência, na maneira de estar e no modo como vejo e analiso o mundo à minha volta, nunca isto e mais não sei quantas outras coisas contribuiram para que não vivesse enquadrada na minha geração.
Contudo, no meio de tudo isto há uma coisa que me recuso a fazer: Eu não engulo sapos. E não o faço por birra, orgulho ou teimosia, mau feitio ou porque simplesmente tenho o nariz empinado e sou dona de mim. Não! Eu não engulo sapos porque acredito que a palavra dita no momento certo é a melhor. A atitude do momento e a maneira como lidamos com a discordância revelam muito de nós. Não é preciso entrar a abrir nem com a sensação de que sei tudo sobre o mundo e que se estiver no deserto com um grupo, a última coca-cola terá de ser para mim. Nada disso!
Simplesmente, se vivo no dia-a-dia do tudo ou nada. Se sempre me regi pelos extremos e nunca pelo meio termo, se tenho de me sujeitar ao é ou não é, não tenho de me calar a isto ou aquilo. Ainda que com isso possa sofrer todo o tipo de consequências. Se as sofrer, vou certamente aprender mais alguma coisa.
Aceito que a última palavra não seja a minha. Aceito. Tudo e só pela consciência de que a hierarquia, o respeito e a cedência fazem parte do meu vocabulário. E eu cedo. Eu cedo muito e não me importo minimamente de o fazer. E lá porque cedo não quer dizer que tenha engolido o sapo. Eu não engulo sapos no meu trabalho, com a minha família e muito menos nas relações. Até porque nunca o facto de engolir sapos tornou real a existência de príncipes.

1 comentário:

Ritititz disse...

A última frase diz tudo: Nunca o engolir de um sapo o fez transformar-se em Príncipe Encantado. Antes pelo contrário... só dá grandes indigestões.