06 outubro 2009

Mas quem é que te chamou?


Não gostei da tua chegada nada anunciada, ali para os lados de cima de Portugal. Não gostei que me tivesses obrigado a mudar de roupa, quando eu estava com um belo calção vestido e cheia de calor. Não gostei que te tivesses aliado ao tempo abafado que se fazia sentir lá no lado de cima. Não gostei de te sentir cair nas minhas costas. Para quem acaba de chegar, vens fria! E detestei que me tivesses acompanhado durante as três horas e meia que demorei a fazer quase 300 quilómetros. Para companhia, estás muito inconstante. Ora dás o ar da tua (pouca) graça, ora nem parvos consegues atingir.

Atrevo-me a dizer que começamos mal, chuva. Não estava nada preparada para te receber e recuso-me a aceitar que estejas por cá. Portanto, é bom que olhes pela tua vida e me poupes aquele trabalho de tirar as galochas do armário, sem antes ter arrumado as melissa. Tudo e só porque não sabes se tás cá para ficar.

Resta-me a esperança anunciada pelo "sinal" ouvido à chegada: Que se o descanso de três belos dias no sítio dos passarinhos acaba assim, a semana não terminará pior. Tá dito!

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