Chego a sonhar com isto. Nos meus sonhos, tenho um coque muito bem feito. Sem trança. Os sapatos são de pontas. Um fato que me molda as curvas e que termina com o insubstituível tule. Os movimentos, esses, não podiam ser mais perfeitos. Abro os braços, como se pudesse voar. Rodopio na perfeição, ao jeito de um pião, daqueles que não precisam de corda para bailar. Nunca ouvi a música que me faz dançar. Mas agora, pensando melhor, sinto que nunca precisei de a ouvir.
Encontro-me sempre num palco, feito de soalho envelhecido e cujo tom escuro é fruto do passar dos anos. O vazio enche as quatro paredes. As cadeiras do auditório são de veludo vermelho. Vermelho escuro. O eco dos meus pés, ao baterem no chão, irrompem por toda a sala.
Encontro-me sempre num palco, feito de soalho envelhecido e cujo tom escuro é fruto do passar dos anos. O vazio enche as quatro paredes. As cadeiras do auditório são de veludo vermelho. Vermelho escuro. O eco dos meus pés, ao baterem no chão, irrompem por toda a sala.
Nunca cheguei ao fim de nenhum destes sonhos, mas em todos, e sempre que deixo o meu corpo cair no chão, tenho a verdadeira noção de que a satisfação e a alegria são plenas.
Naqueles momentos, sinto que não preciso de mais nada.
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