27 janeiro 2010

Estou-te a ver, estou


O que eu mais gosto da fama é o proveito que podemos tirar dela. No meu grupo de amigos, eu sou a desconfiada de serviço. Dizem que vivo com uma pulga alojada atrás da orelha. Pulga essa que me ajuda a realizar filmes com direito e todos e mais alguns pormenores. Não só são coisas da pulga, mas sobretudo coisas da minha cabeça. Dizem! Dizem também que me habituei a transportar para a minha vida pessoal desconfianças, cenas e coisinhas que “vivo” no dia-a-dia da minha profissão. Que por estar habituada a esmiuçar tudo e mais alguma coisa, que me aproveito desse “hábito” e o uso em proveito próprio para coisas da minha vida pessoal. Não é mentira. Admito que tenho um jeito qualquer para descobrir coisas e coisinhas, que podem até interessar ao babe Jisas, ou não, ou dignas de saírem nos pacotes da farinha Amparo. Mas também sou sincera e tenho plena noção de que o acesso privilegiado a certas coisas e certas pessoas, me permite saber “coisas”. Assim, só porque às vezes me apetece saber "coisas"...
Pois que me confesso. Aqui e agora. Adoro este rótulo! Vejo-o como uma espécie de marca, tipo selo branco. Se sou desconfiada, ou não, sinceramente pouco me importa. É a primeira vez que estou a ocupar parte do meu tempo (e abdiquei minutos da minha bela hora de almoço para escrever isto) a pensar seriamente no assunto. O resultado é um valente não quero saber. Faço os filmes que quero e que bem me apetecem. Adoro filmes. Não invento guiões, personagens e muito menos histórias. O que acho que ainda ninguém percebeu é que se a pulga morde, a culpa também pode ser daquilo a que damos o nome de intuição ou sexto sentido feminino. Ou talvez poder de observação. Captação de energias, quiçá. E se realmente ela morde, é porque as coisas já estão a acontecer. Não me lembro delas do nada e muito menos as invento. Bastou isto ter-me acontecido uma vez... a tal desconfiança. E bastou ter dado apenas um passo na “procura” de respostas, para perceber que elas também vêem ao meu encontro. Aconteceu uma vez e não me enganei. Aconteceu a segunda e continuei sem me enganar. Desde então, sempre que aconteceu, acabei por perceber que nunca me enganei. Havia sempre uma resposta. Mas lá está, continuam a dizer que sou que crio as coisas. E que quando as crio, já estou com o intuito de que vou encontrar algo. O mais giro de tudo é que dizem também que eu vou ao fundo na busca de coisas más. Nada disso. Tenho encontrado mais coisas boas do que más. E é das boas que me alimento. Portanto, se até ao dia de hoje, às 13h46 nunca me enganei, nunca me prejudiquei e nunca prejudiquei ninguém, porquê parar? Uma coisa é certa: estão coisas a acontecer!

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