25 fevereiro 2013

Coisas da vida

Quando te viram as costas e te deixam apeada, sem desculpas fortes ou esfarrapadas e com frases cheias de palavras carregadas de falsos moralismos, tu deixas de acreditar. Não. Nada disso. Tu continuas a acreditar. Ficas é mais desconfiada. Se antes eras desconfiada agora o sentimento de desconfiança é maior. E condiciona-te. Condiciona-te, porque renasce a insegurança, o medo, os nervos, a irritação. A insegurança de pensar, recear, talvez até esperar que todos os dias sejam o último dia. Que a cada manhã que nasce, ou a cada sexta-feira que chega, a cada dia de folga anunciada... Que a cada vez que o telefone desligue a chamada, que cada vez que a porta da entrada bata e a chamada do elevador seja ativada... que cada um destes movimentos seja o último movimento. O receio de que a cada manhã ou a cada final de dia, seja o último dia em que os olhares se cruzam. O dia em que te vais embora.

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