Instalou-se a confusão. Parece que esta noite fiz uma viagem de barco. À saída, deixei lá ficar uma mala com roupa de bebé. Quem foi comigo, de carro, à secção dos perdidos e achados, foi uma senhora que trabalha com a minha mãe. Fui com ela e com as duas filhas dela (pessoas que não vejo há anos), no carro delas, um renault 5, metade verde, metade cor-de-laranja. No caminho, dei por mim, já sozinha, a pé, a caminhar na linha de comboio, entre a estação do oriente e de santa apolónia. A meio do caminho encontro um colega do trabalho. Pelos visto morava ali para aqueles lados. Fui a casa dele ver as obras de remodelação. A mulher dele estava grávida, com um barrigão tão grande, que tinha de se esticar para trás para não cair para a frente. A casa era uma confusão. De um momento para o outro, já estava noutra casa, que tinha um quarto igual aquele que tive quando morei em Coimbra. Quando saio do quarto, havia um pátio. No pátio, roupa estendida. De um momento para outro, estou numa esplanada, na festa de anos de uma amiga. Mas, tão depressa estou na esplanada, como dentro de uma garagem, cheia de materiais de construção, sem a amiga, mas com amigos da amigas, que eu não conheço de parte nenhuma e que nunca vi na vida. Telefono para a amiga, que me responde que está "no imaculado coração de maria", uma tal de uma freguesia, que segundo as explicações dela, fica ali para os lados da feira da ladra. Respondo-lhe que não vou lá ter, porque é longe do sítio onde estou. Mas eu nem sequer faço ideia onde estou. Peço a tal amiga a roupa que lhe emprestei antes do Verão e que ela nunca me devolveu. Disse-me que não vai devolver. De repente, já estou outra vez ao pé do barco. Consigo reaver a minha mala e descubro que tinha lá a tal roupa de bebé. Não consigo perceber porque é que tenho a roupa. Priocuro pelas três senhoras que me levaram até lá. Não as consigo encontrar.
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