03 dezembro 2011

Amigo Ben, bates forte cá dentro

Nasci pó e quis a minha agência dar-me o nome de Ben-u-ron. Minutos após o meu nascimento, ainda eu não sabia qual o meu verdadeiro efeito, começaram os meus problemas. Na verdade, eu sou o Ben-U-Ron, mas, insiste quem me toma chamar-me de Benuron. Uma (in) felicidade partilhada apenas e só com aqueles a quem o nome está constantemente a ser trocado. Tipo aquela, a Mariela, a quem chamam de Migaela. Tás a entender?
Mas vamos à vida. À minha vida. Estás aqui por ela, eu sei. Tenho essa certeza. Dependes de mim como um fumador depende do fumo do seu cigarro. É certo. E é verdade. Eu causo-te dependência. Não a ti, mas ao teu corpo. Sim, é verdade! Lembras-te daquele dia, no início da outra semana, daquele minuto ao acordar, quando o som do teu despertador se repetiu incessantemente dentro da tua cabeça, qual enxaqueca a dar o seu sinal? Não era enxaqueca, era segunda-feira. Lembras-te? Vá, diz-me, de quem te lembraste logo de imediato? De mim, o Ben! E lembras-te de quanto tempo demoraste a encontrar-me? Eu não estava na gaveta do armário da casa de banho; eu não estava na gaveta dos talheres, na cozinha, nem tão pouco estava dentro da taça onde colocas as cápsulas de café da tua máquina xpto. Também não estava dentro da carteira da tua avó, essa com quem partilhas casa, forçado. Essa já não quer nada comigo...
E eis que, voilá, finalmente deste comigo. Perdido, esquecido, atirado para dentro de um armário. Não sei como fui lá parar. E isso agora também não interessa nada. O que interessa é que depois de um banho de água fria, escorreguei para dentro de ti. Foi bom, não foi?! Ainda bem. É que agora já é sexta-feira outra vez. Por isso, vai. É sexta-feira, diverte-te. O fim-de-semana é teu, está à tua espera... como eu estarei na próxima segunda, para, novamente te dar a provar o efeito sedutor do meu pó dentro do teu ser.

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